Os jogos da terceira geração dos consoles certamente são os mais criativos e interessantes de estudar. Neste artigo apresenta-se o jogo Metroid, que é mais conhecido pela sua franquia, do que por seu primeiro jogo. Entretanto, ver aspectos do game design deste título revelam algumas boas práticas que justificam que jogos, mesmo sendo simples, levam vantagens em relação a outros pela criatividade e imersão de elementos do game design na divertimento do usuário.

Histórico

Cartucho americano do jogo Metroid.

Quando Gunpei Yokoi desenvolveu Metroid e simultaneamente Kid Icarus (Nintendo, NES, 1986), uma sére de jogos bem sucedidos já estava no mecrado nos anos 80. Os jogadores consumiam freneticamente as novidades, pois precisavam vivenciar novas aventuras e esquecer as péssimas experiências da geração passada de consoles, o que ocasionou o crash dos videogames de 1983.

No Brasil o primeiro jogo da série Metroid não foi muito alugado em sua época. Nas locadoras, usuários preferiam jogos mais interativos, e de preferência com possibilidade de partidas mais curtas. Metroid não tinha nada disso. Quem pegasse esse cartucho para jogar, já sabia que iria viver uma aventura solitária, e em certos pontos, angustiante. Esta é a característica mais marcante deste jogo.

De qualquer forma, Metroid adicionou algumas novidades de jogabilidade como, por exemplo, o jogador poder passar de determinados obstáculos somente com uma deternimada arma ou habilidade. Também adicionou diferentes finais ao jogo, de acordo com a performance do jogador e seu tempo total em atingir os objetivos do jogo.

O jogo

Tela do jogo Metroid.

Metroid insere um dos primeiros e mais famosos personagens da história dos consoles: Samus Aran. Como caçador de recompensas, Samus precisa infiltrar-se na base de operações de piratas espaciais que roubaram espécies chamadas Metroids, capazes de agir como parasitas e drenar a energia vital de seu hospedeiro.

Em sua jornada, Samus pode aumentar seu poder de fogo e adquirir novas habilidades, a medida em que vai avançando e explorando o quartel general dos piratas espaciais, liderados por um ser controlador de mentes: Mother Brain. Cada ambiente do planeta possui características especiais, e Samus precisa ter os equipamentos e habilidades necessários para poder se infiltrar no local. Os seres do planeta, quando destruídos, geram energia e munição para Samus.

A medida que o jogador avança, Samus pode desferir mísseis, dar pulos mais altos e ganhar mais resistência. A marca registrada de suas habilidade é o movimento Morph Ball, onde Samus de transforma em uma esfera e pode passar por locais estreitos.

Capa da versão européia do jogo Metroid, mostrando o conceito original de Samus Aran.

Os jogos da Nintendo tinham um grande manual ilustrado com detalhes dos seus jogos. No manual de Metroid, dicas preciosas ajudavam os jogadores a explorar melhor o planeta Zebes e entender os objetivos secundários do jogo, como por exemplo, enfrentar Kraid e Ridley, chefões que ficam escondidos nas cavernas do planeta Zebes.

O conceito original de Metroid é seguido à risca em todas as novas versões do jogo. Esta é inclusive uma grande contribuição dos japoneses, pois respeitam bastante a insurgente “Cultura” criada nos jogos eletrônicos e claro, garante a franquia de sucesso.

Metroid é um dos primeiros jogos de sua época onde o jogador poderia voltar todo o caminho que percorreu (muitos jogos por exemplo tem seu deslocamento unilateral, como a maioria dos jogos de tiro-rolagem). Isto dá uma sensação de imersão dentro do ambiente do jogo, justificando assim porque Metroid é um jogo solitário, mas uma excelente e nostálgica experiência para quem gosta da série.

Veja algumas cenas de Metroid, direto dos anos 80!

Música

O som do jogo, apesar de bastante simples, ajuda o jogador a entrar na atmosfera do roteiro. Inclusive, a mesma trilha sonora é aproveitada em todas as novas versões da franquia. O autor da trilha sonora, Hirokazu Tanaka, também ajudou a dar nomes a alguns cenários. Mesmo ainda rudimentar, traz o elemento solitário e sombrio do espaço. Ouça todas as trilhas:

Curiosidades

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  Samus Aran no final do jogo Metroid.

  Gumpei Yokoi, game designer de Metroid é também o criador do famoso console portátil Game Boy;

• JUSTIN BAILEY é o famoso passwaord para jogar com Samus sem sua armadura;
• Metroid foi um dos primeiros jogos a ter múltiplos finais, dependendo do tempo decorrido até destruir Mother Brain;
• Escondido até nos manuais do jogo, uma surpresa: Samus Aran é uma mulher! Basta terminar o jogo em menos de três horas (o que sem a ajuda de um guia de estratégias é bastante difícil). A arte do personagem é baseada na atriz Kim Basinger;
• A atmosfera do jogo é baseada no filme Alien, onde o personagem principal também é uma mulher, Ripley, interpretada pela atriz Sigourney Weaver.

Ficha Técnica

Designer: Gunpei Yokoi
Compositor: Hirokazu Tanaka
Taxonomia: 2D plataforma
Modos de jogo: 1 jogador
Mídia: cartucho

Referências

• Wikipedia
• IGN
• Zophar´s Domain