Sumário
O Atari 7800 ProSystem, ou simplesmente Atari 7800, foi um console produzido pela empresa Atari anunciado em 1984 e vendido apenas em 1986. O Atari 7800 seria a redenção da empresa pelo péssimo desempenho do Atari 5200, resolvendo assim quase todas as falhas da versão. No entanto, devido à série de eventos infelizes e decisões mal planejadas de negócios o sistema não seria lançado até quase dois anos após seu anúncio. Nessa época, a Nintendo e a Sega estavam dominando o mercado de consoles domésticos e haviam recentemente entrado nos Estados Unidos. Com esse novo movimento de mercado a Atari viu a oportunidade de reintroduzir o nome de sua marca nas residências americanas. No entanto, o 7800 marca um ponto de virada para a Atari como fabricante de videogames, uma vez que sua luta para recuperar a popularidade do público marcou o colapso da sua marca e da própria empresa como um todo.
Histórico
O Atari 7800 ProSystem foi o primeiro videogame da Atari desenvolvido por uma empresa contratada externamente, a General Computer Corporation (GCC). O sistema foi projetado em 1983 com uma intenção de lançamento em massa do mercado em 21 de maio de 1984, mas foi cancelado pouco tempo depois. Nessa época a Atari era dirigida pela Warner Communications, que enfrentou uma crescente pressão pela competição do ColecoVision, que ostentava gráficos próximos aos arcades da época, comparado ao seu sistema atual, o Atari 2600. Ao mesmo tempo, o Atari 5200 (o sucessor original pretendido do Atari 2600) foi duramente criticado por não poder rodar jogos de Atari 2600 sem um adaptador, uma vez que pouquíssimos títulos foram lançados para o console.
A GCC, que tinha em seu foco a criação de jogos de arcade, projetou o novo sistema com uma arquitetura gráfica semelhante às máquinas de arcade da época. O projeto do 7800 permitia um grande número de objetos em movimento na tela que excede em muito os consoles vendidos naquela época. O sistema tem um processador personalizado, o Atari SALLY (às vezes descrito como um “6502C”),rodando a 1,79 MHz. Em contraste com o Atari 5200, o Atari 7800 poderia rodar quase todos os jogos do Atari 2600 sem a necessidade de um adaptador.
Para atender às preocupações dos pais de que os computadores domésticos eram um investimento melhor do que os consoles, o sistema foi projetado para ser atualizado para um computador doméstico completo. Um teclado foi desenvolvido com uma porta de expansão (a mesma da linha de computadores de 8 bits da Atari), e embora o 7800 não pudesse executar programas de computador, permitia a adição de periféricos como unidades de disco e impressoras. Para aprimorar ainda mais a experiência de jogo, a GCC também havia projetado um cartucho de memória RAM com bateria projetado para armazenar pontuações de jogos.
Dentro da Atari, o modelo 3600 (como o Atari 7800 foi chamado para os primeiros meses do projeto) foi declarado como prioridade total da empresa – em muitos registros dos engenheiros da empresa apareciam anotações como:
O sistema 3600 tem prioridade sobre o projeto Atari 1400/1450.
Em julho de 1984, a divisão de videogames domésticos da Atari foi comprada por uma das empresas de Jack Tramiel (fundador da Commodore), a Tramel Technology Ltd em 2 de julho de 1984 . Embora o Atari 7800 estivesse pronto para ser lançado, as negociações de licenciamento tiveram que começar de novo porque os Tramiels não concordaram com os acordos existentes. Como resultado a liberação do 7800 foi adiada.
Naquele momento a meta principal dos Tramiels foi a concepção e produção de seu novo sistema de computador “RBP” (Que seria lançado como o Atari 520ST), tentando trazer para a Atari o mesmo sucesso alcançado com a jornada dos computadores Commodore por Jack Tramiel. De acordo com logs de Tom Brightman, programador da empresa, os Tramiels também estavam muito focados em videogames como parte de seu futuro próximo. O Atari 2100 (que se tornaria o Atari 2600jr) estava na programação de lançamento na época. Enquanto os Tramiels decidiam as brigas jurídicas com o Atari 7800, eles não possuíam nenhum jogo sequer para o novo console. Mas as negociações com a GCC resultariam, finalmente, no final de 1985, em um acordo para a liberação de um pacote de jogos para o 7800.
Foi nessa época que o mercado de videogames havia decretado sua ruína, com varejistas cortando pedidos e remessas de videogames em todos os setores. Como resultado, desde no final de 1984 a indústria contava apenas com a Atari, a Coleco (ColecoVision) e a Mattel (Intellivision), os quais decidiram transformar seus sistemas antigos em produtos atualizados, em vez de desenvolver novos produtos. A Atari depois de passar os últimos dois anos trabalhando a papelada para o 7800 conseguiu, em 1986, aprontar o lançamento do Atari 7800.
No entanto, desde o final de 1985, a Nintendo havia decidido levar seu bem sucedido console japonês Famicom para os Estados Unidos. Lembremos que a gerência da Atari ignorou uma parceria proposta pela Nintendo, descartando a possibilidade de publicar a versão americana do videogame nos EUA. Essa decisão por si só provaria ser um dos piores e mais caros erros da história dos videogames, nunca reconhecido pela Atari. Mesmo com o fato de que o mercado de consoles domésticos americano estava em crise pelo Crash de 1983, a Nintendo ainda viu potenciais consumidores. E estavam certos: por volta de 1986, o Nintendo Entertainment System se tornaria o videogame mais bem sucedido da época. Tendo isso em mente, Tramiel e a Atari não desistiram do lançamento do 7800, na esperança de colher algum benefício de um mercado recém despertado.
O Atari 7800 permaneceu oficialmente ativo nos Estados Unidos entre 1986 e 1991 e na Europa entre 1989 e 1991. Em 1 de janeiro de 1992, a Atari Corp. anunciou formalmente que a produção do Atari 7800, o Atari 2600, o computador Atari de 8 bits E o Atari XE Game System cessariam. A Atari continuou a desenvolver jogos como Toki para o Atari 7800 até que todo a divisão de desenvolvimento fosse fechada em maio de 1993. Nesse período o NES da Nintendo dominou o mercado norte-americano, Controlando 80% das vendas, enquanto a Atari Corp controlava apenas 12% e outros consoles controlavam 8%.
Apesar de ficar muito longe do Nintendo Entertainment System em termos de número de unidades vendidas, o lançamento do 7800 foi uma estratégia rentável para a Atari, beneficiado em grande parte pela sua marca e da compatibilidade com o sistema 2600. Os lucros foram razoáveis devido ao baixo investimento em desenvolvimento de jogos e marketing. No entanto, o 7800 não ajudou a Atari recuperar o seu domínio na indústria de videogames.
A verdade é que Jack Tramiel nunca esteve totalmente dedicado ao mercado de videogames, pois além de uma paixão ele enxergava um negócio. Percebendo a derrota americana pelos consoles asiáticos, a Atari ficou sempre à sombra de seus concorrentes. Tramiel ainda lançaria o Atari Lynx e o Jaguar, as últimas tentativas da empresa de retomar um mercado que, pelos americanos, seria legítimo deles.
O Console
Um dos trunfos do Atari 7800 está em sua potência. A nova CPU customizada e o chip de gráficos que alimentariam o sistema eram capazes de mover até 100 objetos na tela (desenhados com um buffer de linha) ao mesmo tempo e capazes de exibir até 25 cores simultâneas na tela de uma paleta total de 256 cores. No entanto, o sistema sofria com a má qualidade de áudio devido ao fato de que o console utilizava o mesmo chip de som do Atari 2600.
Os designers e arquitetos de hardware da GCC com o apoio da VLSI projetariam o processador gráfico “MARIA” GCC1702B, o coração do Atari 7800 ProSystem. O primeiro chip MARIA foi numerado GCC1701. Os engenheiros do GCC eram grandes fãs de Star Trek, então com a Enterprise sendo NCC-1701, eles fizeram seu chip com o código GCC-1701. O chip de produção final: Maria II foi nomeado GCC1702B.
MARIA (também o codinome do projeto 7800) possuía tantos recursos poderosos que não só permitiria designers de jogos a capacidade de programar jogos novos e interessantes, mas o chip também permitiu que um processador Atari TIA original (o do Atari 2600) coexistisse lado a lado com MARIA para que o novo console pudesse também rodar todos os jogos originais do Atari 2600 também. Então como um bônus adicionado, os programadores da GCC também poderiam trazer quase todos os jogos do Atari 2600 e 5200 para a Atari 7800.
Do outro lado os programadores originais da Atari em Sunnyvale estavam buscando novos horizontes e iniciando suas próprias empresas. Depois de um grupo de funcionários deixar a empresa e fundar a Imagic, outros grupos ameaçavam deixar a Atari. Dessa forma, Steve Ross, chefe da Warner Communications na época contatou a GCC para fazer os jogos para a Atari. Não só a GCC era capaz de codificar jogos para o console 7800, como eles estavam fazendo isso em semanas comparado a meses dos programadores originais da Atari. Os diretores da Warner costumavam chamar a GCC de “A torradeira”, afirmando,
…Basta aparecer na especificação um do jogo feito pela GCC e surge um jogo terminado…
O Atari 7800 foi concebido para ser flexível e expansível e tinha originalmente uma porta de expansão para futuros periféricos para acessar o sistema de barramento e circuitos de vídeo. Um desses periféricos era um sistema de interface LaserDisc, algo que nem os arcades ainda estavam acostumados a ter. Procurou-se a criação de um console de videogame definitivo, algo com recursos que todos queriam e desejavam em um videogame. Bem diferente dos controles estranhos do Atari 5200, o controle do 7800 era mais limpo, simples e digital, sem contar com o tamanho do 5200 e o design do 7800 menor e elegante da mesma forma. Entretanto, muito se criticou sobre o acabamento final e ergonomia do equipamento. As versões europeias do Atari 7800 substituíram o controle joystick por um no estilo Dpad do NES.
Modelos
Protótipos
- Atari 3600, número do modelo original
- Sistema de computador video Atari CX-9000
Produzidos
- Atari CX7800, duas portas de joystick no painel frontal inferior. Porta de expansão lateral para atualizações e complementos. Os acessórios incluídos incluíram dois joysticks CX24 Pro-Line, adaptador AC, caixa TV/Jogo, cabo de conexão RCA e cartucho Pole Position II.
- Atari CX7800, segunda revisão. Placa-mãe ligeiramente revisada, acrescentou um circuito de temporização adicional. Conector de porta de expansão removido da placa-mãe, mas ainda associado. O local da porta tem um pequeno recuo no casco do console.
- Atari CX7800, terceira revisão. Mesmo como acima mas com somente um pequeno detalhe no casco onde ficava a porta da expansão.
Acessórios
Basicamente a Atari estava colocando tudo o que podia no 7800 para torná-lo um vencedor. Para se certificar de que o sistema tinha todos requisitos para seus consumidores, o sistema estava programado para ser lançado com não apenas um teclado de computador, mas também um cartucho chamado High Score (projetado pela GCC) e um novo módulo de expansão para o Atari 5200 que daria ao sistema 5200 uma compatibilidade completa com o Atari 7800/2600 para garantir que sua base existente de proprietários do 5200 pudessem aproveitar imediatamente todos os novos jogos que o 7800 era capaz de produzir.
O módulo de teclado de computador conectado à segunda porta do joystick com os cartuchos de acompanhamento transformava o 7800 em um sistema de computador de 8 bits totalmente funcional. O teclado ainda tinha um conector Atari SIO (Serial I / O) para o uso de periféricos do Atari XL Computer System como gravadores de fita cassetes, impressoras e até mesmo um drive de disco. A OSS (Optimized Software Systems) escreveu o OSS / Atari 7800 Basic, um sistema de linguagem de computador para que os usuários pudessem fazer programação em BASIC no 7800 com o complemento do Computador.
O 7800 tem compatibilidade com todos os periféricos do Atari 2600, incluindo a pistola de luz XG-1, original do Atari XE Game System. O XG-1 era totalmente compatível com o 7800 e foi vendido separadamente para outros sistemas Atari. Foram lançados quatro jogos para a pistola: Alien Brigade, Crossbow, Meltdown e Barnyard Blaster.
Devido à aquisição da Atari Consumer Division por Jack Tramiel em 1984, uma série de periféricos planejados para o sistema foram cancelados. O High Score Cartridge, que foi projetado para guardar as pontuações de jogadores, foi cancelado antes de ser lançado. A porta de expansão que permitiria a adição de um teclado de computador, conexão com LaserDisc e outros periféricos foi removida na segunda e terceira revisões do 7800. Um suporte de joystick duplo foi projetado para jogos como Robotron: 2084 e futuros jogos como Battlezone e outros, mas também não saíram do papel.
Jogos
A biblioteca de jogos para o Atari o 7800 enfatizou versões de alta qualidade dos jogos de arcade populares como Joust e Asteroids. Durante o ciclo de vida do Atari 7800, a Atari se viu em dificuldades para conseguir que os desenvolvedores criassem versões dos títulos de arcade então populares nas casas de jogos por causa de uma polêmica política usada pela Nintendo. Quando a Nintendo reviveu a indústria de videogames, empresas de desenvolvimento de software faziam acordos para criarem jogos do Nintendo Entertainment System sob um estrito contrato de licença que impunha sérias restrições ao que lhes era permitido fazer. Uma das cláusulas-chave foi que as empresas que faziam jogos Nintendo não eram autorizadas a fazer esse mesmo jogo em um sistema concorrente por um período de dois anos. Devido ao sucesso de mercado do Nintendo Entertainment System, as empresas optaram por desenvolver primeiro para o NES e ficavam impedidas de desenvolver os mesmos jogos em sistemas concorrentes por esse período. As bibliotecas de software do Atari 7800 e Sega Master System sofreram tremendamente como um resultado.
Por sorte o 7800 é compatível com quase 100% da biblioteca de jogos do Atari 2600 existentes, bem como todos os controles e periféricos existentes para o 2600. O 7800 também foi vendido com seus próprios controladores especiais chamados de Proline, que prometiam significativa melhoria em relação ao design dos controles do 5200, impactando diretamente no gameplay. O controlador possui dois botões, permitindo uma maior funcionalidade do que o clássico de um botão dos modelos 2600. A Atari também queria evitar qualquer chance de uma nova onda de jogos mal projetados para o console, então foi pedido à GCC adicionar um sistema de chave de criptografia em seus cartuchos e no console. Se as chaves de verificação eram válidas, o chip MARIA ficaria ativo e o 7800 era liberado para uso, se não, o sistema iria ficar em modo de compatibilidade, rodando apenas jogos do Atari 2600. A retrocompatibilidade entre os sistemas só ocorre porque o Atari 7800, literalmente, diminui todas as suas frequências de processamento, para poder fazer funcionar os chips que processam os jogos do sistema 2600.
Ao todo foram lançados 59 jogos licenciados para o console. Por causa da transição de comando da Atari com a Warner/Tramiel, inúmeros protótipos de jogos foram descontinuados, cancelados ou abortados. Em 2009, o código-fonte para 13 jogos perdidos, bem como o sistema operacional e ferramentas de desenvolvimento (para o sistema de computador Atari ST) foram descobertos em uma lixeira atrás do edifício da Atari em Sunnyvale, Califórnia. O código-fonte continha linhas programadas para para jogos como Centipede, Commando, Crossbow, Desert Falcon, Dig Dug, Food Fight, Galaga, Hat Trick, Joust, Pac-Man, Super Stunt Cycle, Robotron: 2084 e Xevious. Muitos protótipos de cartuchos produzidos pela GCC são procurados pelos colecionadores mais exigentes.
Limitações
Uma crítica comum ao Atari 7800 diz respeito ao uso do chip TIA (Television Interface Adapter) para fornecer efeitos de som de 2 canais e música, resultando em uma qualidade de som praticamente idêntica à Atari 2600 VCS desde 1977. Embora a inclusão do hardware do sistema 2600 seja necessária para manter a compatibilidade com o sistema mais antigo, isso aumentou os custos de produção e reduziu o espaço disponível na placa-mãe do 7800. Como tal, o 7800 não inclui hardware adicional para gerar o som como faz com gráficos e o hardware de som é considerado a parte mais fraca do sistema.
Para compensar isso, os engenheiros do GCC permitiram que os jogos incluíssem um chip de áudio POKEY (Pot Keyboard Integrated Circuit) dentro do cartucho, o que melhorou substancialmente a qualidade do áudio. Para garantir que os desenvolvedores de software tivessem meios econômicos de produzir um som melhor do que o TIA, a GCC planejara originalmente fabricar um chip de som de baixo custo e alto desempenho, o GUMBY, que também poderia ser colocado cartuchos do 7800 para melhorar ainda mais suas capacidades de som. Este projeto foi cancelado quando Atari foi vendida a Jack Tramiel. Apesar de ter a capacidade de suportar chips de som em cartuchos, quase nenhum cartucho 7800 possui o hardware POKEY para melhorar o som. Ballblazer, lançado em 1987, usa o POKEY para gerar toda a música e efeitos sonoros. Da mesma forma, Commando, lançado em 1989, usa um POKEY para gerar música no jogo enquanto o TIA gera os efeitos sonoros do jogo para um total de 6 canais de som.
O Atari 7800 também era tecnicamente ruim em comparação com outros consoles de várias outras maneiras. A CPU do 7800 e a placa gráfica com o chip MARIA compartilhavam o mesmo espaço de endereço de memória RAM, interrompendo ciclos uns dos outros ao tentar acessar a RAM reduzindo o poder do sistema, enquanto que o NES tinha espaços de endereço de memória RAM separados para o chip gráfico PPU e CPU. A rolagem de elementos da tela era grosseira no 7800, com ocasionais saltos de 8 pixels, não deixando uma imagem suave quanto a rolagem contínua pixel a pixel do NES. O 7800. O Atari 7800 tem um modo de resolução máxima de 320×200, porém consumi muito em recursos de processamento, então a maioria dos jogos de 7800 normalmente funcionava no modo 160×200 de resolução (em comparação com a resolução 256×224 do NES).
O 7800 apresenta uma paleta ampla (para o seu tempo) de 256 cores. Dependendo de vários parâmetros, cada sprite individual pode usar de 1 a 12 cores, com 3 cores (mais uma 4ª cor para transparência) sendo o mais comum. Neste formato, o sprite é referenciado a uma das 8 paletas, onde cada paleta contém 3 cores atribuíveis. Há também uma cor de fundo atribuível, que será visível sempre que outro objeto não o tenha coberto. No total, o sistema pode utilizar 25 cores em uma scanline ao mesmo tempo. A resolução gráfica, atribuições de paleta de cores e cor de plano de fundo podem ser ajustadas entre scanlines. Esta técnica está documentada no manual original de 1983 do projeto do Atari 3600. Os jogos usaram frequentemente esta característica para renderizar o texto de alta resolução em uma área da tela, ao indicar gráficos mais coloridos com menos definição na área do gameplay. Existem também demonstrações que utilizam este recurso para colocar todas as 256 cores na tela ao mesmo tempo.
A abordagem do chip MARIA tinha vantagens e desvantagens quando se tratava de gerar gráficos em software durante a existência do Atari 7800. Ele se destaca na capacidade de mover um grande número de sprites em uma tela estática sem a tela causar o efeito flickering, comum em outros sistemas de 8 bits da época. Seu design flexível lhe permitiu jogar jogos que usavam a manipulação de lista de exibição para gerar uma aparência pseudo 3D como Ballblazer (1987) e F-18 Hornet (1988). Embora os jogos de plataforma estilo Super Mario Bros. sejam possíveis de ser feitos no sistema (Scrapyard Dog de 1990 é o melhor exemplo para o 7800), é significativamente mais difícil desenvolver tal tipo de jogo do que em um sistema baseado em mapeamento de sprites (grid ou tiling) como no Nintendo Entertainment System .
Mercado
O Atari 7800 foi inicialmente lançado no sul da Califórnia em junho de 1984, seguindo um anúncio em 21 de maio de 1984 na Consumer Electronics Show (CES) com o valor pretendido de U$140. 13 jogos foram anunciados para o lançamento do sistema, incluindo: Ms. Pac-Man, Pole Position II, Centipede, Joust, Dig Dug, Desert Falcon, Robotron: 2084, Galaga, Xevious, Food Fight, Ballblazer, Rescue on Fractalus! e Track & Field. A Atari era patrocinadora dos Jogos Olímpicos de Verão de 1984 e planejava vender o 7800 agressivamente a tempo para o Natal daquele ano. O Atari 7800 começou a ser vendido em mercados experimentais nesta época.
Sabemos que a venda da divisão de consumo da Atari em 2 de julho de 1984 pela Warner Communications para Jack Tramiel interrompeu todos os projetos e vendas atuais durante um período de avaliação inicial. Muitos afirmam que foi o próprio Jack Tramiel quem boicotou o Atari 7800, dizendo que os videogames eram uma moda passada, e que tiraria o produto de vista uma vez que o NES se tornou bem sucedido. A verdade estava em uma questão contratual que surgiu na medida em que a GCC não tinha sido paga pelo desenvolvimento da arquiettura do 7800. Warner e Tramiel discutiram sobre a responsabilidade do negócio, com Tramiel acreditando que o 7800 deveria ter sido coberto como parte de seu negócio de aquisição . Em maio de 1985, Jack cedeu e pagou à GCC o pagamento atrasado do negócio. Isso levou a negociações adicionais sobre os títulos de lançamento que a GCC tinha desenvolvido e, em seguida, um esforço para encontrar alguém para liderar sua nova divisão de videogames, que foi encerrada em novembro de 1985.
Após um bom tempo preso nos galpões, o console voltou a ser vendido em janeiro de 1986, e consequentemente liberado nacionalmente em maio do mesmo ano. O lançamento do Atari 7800 sob a guarda de Tramiel foi muito mais contida em relação ao que a Warner havia planejado em 1984: um orçamento de apenas U$300.000. Além disso, o teclado e o cartucho que gravava pontuações foram cancelados, a porta de expansão foi removida das novas unidades de produção e, em vez de novos títulos, o sistema foi lançado com títulos destinados à estréia do 7800 em 1984.
No final de 1986, a revista Computer Entertainer alegou que o Atari 7800 tinha vendido 100.000 consoles nos Estados Unidos, menos do que o Sega Master System, com 125.000 e o Nintendo Entertainment System com 1.1 milhões. De acordo com a Atari, devido a problemas de manufatura, eles só conseguiram produzir e vender 100.000 unidades até 1986, incluindo unidades que estavam em um galpão desde 1984. Uma queixa comum em 1986 era a falta de jogos, incluindo um intervalo de meses entre os novos (por exemplo, o lançamento de Galaga em agosto foi seguido por Xevious em novembro). Até o final de 1986, o 7800 tinha 10 jogos, em comparação com a Sega com 20 e a Nintendo com 36; Nove dos jogos do NES eram de terceiros, enquanto que o 7800 e o Master System não tinham jogos feitos por outras desenvolvedoras.
Jack Tramiel e o resto da administração da Atari cometeriam vários erros de negócios com o lançamento do sistema. O primeiro deles foi o fato de que a Atari não conseguiu promover e cativar os desenvolvedores para adotar o sistema e desenvolver jogos para o 7800. Em vez disso, a Atari se concentraria em anunciar a completa compatibilidade com versões anteriores do 7800 com os jogos do 2600 em vez da própria biblioteca do 7800. Apenas 10 jogos foram desenvolvidos e lançados por desenvolvedores de terceiros para o 7800 durante sua vida, 6 da Absolute Entertainment, 2 da Activision e 2 da Froggo. Isso significava que o 7800 teria que contar com o desenvolvimento interno da Atari para fornecer jogos para o sistema. No entanto, não foi suficiente para competir com o NES ou até mesmo o Sega Master System, que expandiram rapidamente suas bibliotecas de jogos. O lançamento do próprio sistema foi mal planejado. Dos 12 títulos de lançamento prometidos apenas três estavam realmente disponíveis no momento do lançamento do sistema. O 7800 foi mal distribuído entre os varejistas tornando o sistema difícil de encontrar durante o seu lançamento. Como resultado, o 7800 não conseguiu atingir a capitalização de mercado que a Atari esperava que o sistema iria obter.
Vendas acumuladas nos EUA
- 1986: 286,417
- 1987: 1.599.978 (+1.313.561)
- 1988: 3,023,955 (+1,423,977)
- 1989: 3 679 308 (+655 353)
- 1990: 3 772 751 (+93 443)
As vendas do console foram medianas fora dos Estados Unidos. Com inúmeros desenvolvedores de terceiros deixando de dar suporte para o 7800 e consumidores ignorando o console como um todo, a empresa parou toda a produção do produto em 1992. A Atari não era mais a fabricante de videogames que antigamente era, mas não estava convencida de seu fracasso, pois faria um último esforço para recuperar seu status dominante no mercado de videogames.
Galeria
Curiosidades
- A carcaça do Atari 7800 foi utilizada pela empresa Gradiente para seu videogame clone do NES, o Phantom System
Ficha Técnica
Geração: Terceira
CPU: 6502C – Velocidade: 1,79 MHz, cai para 1,19 MHz quando os chips TIA ou RIOT são acessados
RAM: 4 KB (2 6116 2Kx8 RAM ICs)
ROM: 4 KB BIOS ROM, 48 KB Espaço ROM cartucho sem bankswitching
Resolução: controlador de gráficos personalizados MARIA – 160×200 (160×240 PAL) ou 320×200 (320×240)
Cores: 25 paleta de cores em 256 cores (16 cores * 16 luma), diferentes modos gráficos restringiram o número de cores utilizáveis e o número de cores por sprite
Audio: chip TIA – 2 canais.
Mídia: cartucho
Controles: dois controles, ligados por conectores ao console
Conexões: sinal de vídeo RF e entrada de energia; conector de expansão (1º modelo)
Referências
Giant Bomob
Wikipedi
Atari Museum
Atari Age
Atualiazado em 01/03/2017 por Daniel Gularte