Sumário
Mesmo lançado tardiamente, o Brasil teve a sua versão original do NES. Conheça um pouco mais sobre este console, com imagens completas, detalhes técnicos e descubra e de que forma a Nintendo entrou oficialmente no país.
Introdução
A comunidade mundial aguardava ansiosamente. E não era uma copa do mundo ou as olimpíadas. São quase 30 anos do nascimento do videogame mais importante e bem sucedido da história dos jogos eletrônicos. Não estamos dizendo o melhor, pois fatores particulares de cada autor não fazem do Nintendo Entertainment System (ou NES, ou Nintendinho, para os brasileiros) o hegemônico dos consoles.
Lançado em 1983 pela Nintendo no Japão, o NES se beneficiou de uma série da fatores históricos para proliferar-se no globo. A Nintendo pôde consolidar sua marca e construir um legado cultural único no Planeta, graças ao seu personagem mais famoso e celebridade virtual: Mario.
Este artigo colocará de forma orientada estes fatos que fizeram do NES no Brasil um artigo de colecionador valioso e um ícone cultuado por gerações.
Cenários de Mercado
Enquanto a América sofria com o desastroso crash de 1983, o Japão observava uma guerra comercial que perduraria por décadas. As empresas Nintendo (com seu console Famicon, lançado como NES nos Estados Unidos em 1985) e Sega (com seu console Master System lançado em 1986) já tinham dominado o mercado japonês. Como na Europa o domínio no entretenimento ainda girava em torno dos computadores caseiros, iniciou-se a entrada dos consoles nipônicos no continente americano.
Era 1985 quando as lojas americanas anunciavam um novo produto de entretenimento. Os americanos ainda estavam sofrendo as conseqüências do crash de 1983 e por isso olhavam com descrença qualquer nova tentativa de reaquecimento do mercado de consoles. A Nintendo então optou por chamar seu videogame de Nintendo Entertainment System (NES), prometendo uma central de entretenimento completa nas residências americanas. O console vinha com controles de jogo, luvas, pistola e um robô de brinquedo chamado R.O.B. (abreviação para Robotic Operating Buddy). Tudo era para convencer os americanos de que não se tratava apenas de um videogame, e até as expressões usadas comumente no mercado foram mudadas, como por exemplo, o nome unidade de controle substituindo o joystick e o nome módulo de jogo substituindo o cartucho.
Os primeiros consoles do NES no Brasil curiosamente não eram japoneses ou americanos, e muito menos produzidos pela Nintendo. Empresas como Gradiente, CCE, e Dynacom vendiam seus novos videogames construídos a partir do desenho da placa do NES. Eram chamados carinhosamente de famiclones e não eram só no Brasil que existiram esses consoles (inclusive vários não são exatamente pirateados, mas “liberados” para produção na zona franca de Manaus). A questão está na lei de reserva de mercado que promovia o desenvolvimento de tecnologia local impedindo a proliferação de multinacionais e empresas estrangeiras durante o regime militar, e pelas leis que dificultavam a importação de eletrônicos. Dessa forma as fábricas brasileiras tinham liberdade para copiar a placa do Nintendinho e distribuir o produto, como genéricas. A Nintendo não se importou com isso e deixou rolar.
Somente em 1993 o NES foi vendido oficialmente no Brasil como produto licenciado pela Nintendo, através de uma parceria/consórcio entre a Estrela e a Gradiente, gerando assim a Playtronic Industrial LTDA.
Características
O NES é um videogame de 8-bits, participante da terceira geração dos consoles. Sua primeira versão, o Famicon, foi distribuído no Japão e Ásia. Os primeiros modelos apresentaram problemas de hardware, mas foram rapidamente substituídos.
Dependendo da região do planeta, as características do aparelho mudam:
- Projeto de design do produto: O Famicom apresenta uma entrada superior de cartuchos, porta de expansão localizada no painel frontal da unidade para acessórios (como os controladores foram pré-programados para a parte traseira do console) e um esquema de cores vermelho e branco. O NES americano possui slot de cartuchos frontal e um mais moderado tom de cinza, preto e vermelho. Uma porta de expansão foi encontrado no fundo da unidade e a pinagem do conector do cartucho foi mudada. A versão brasileira adotou o modelo americano do console.
- Cartucho de 60 e 72 pinos: O Famicom original utilizou um desenho do cartucho de 60 pinos, que resultou em cartuchos menores do que o NES, que utilizou um design de 72 pinos. Quatro pinos foram utilizados para o chip de bloqueio 10NES. Muitos jogos iniciais (tais como Stack-Up) lançados na América do Norte eram simplesmente cartuchos de Famicom anexados a um adawqptador (tal como o cartucho T89 Converter) para que possam caber dentro do hardware do NES. A Nintendo fez isso para reduzir custos e inventário, usando nas placas o mesmo cartucho na América do Norte e Japão. Os adaptadores 60-72 ou 72-60 pinos eram muito comuns nas lojas brasileiras, em virtude da grande leva de clones diferentes no país.
O NES inovou em interatividade, criando um formato de controle de jogo que serviu de padrão para todas as gerações de videogames da posteridade. Sua configuração de direcionais de oito posições e dois botões de ação são marca registrada do console. O bom processamento e qualidade de gráficos impressionava crianças e adultos, acostumados com os gráficos rudes e blocados dos videogames de gerações passadas. O áudio do console permitia vozes sintetizadas.
Para os jogadores, a aproximação da qualidade gráfica e de som com os arcades e computadores pessoais gerou novas experiências sensoriais. Foram vendidas em toda sua história próximos de 62 milhões de aparelhos, e até hoje a arquitetura do videogame é utilizada em televisores e aparelhos de DVD. Além disso, alguns fatores fizeram com que este console em específico seja, para muitos entusiastas e historiadores, o melhor videogame já produzido.
Os clones
Semelhante aos eventos com o Atari 2600 no Brasil, dezenas de clones do Nintendinho foram criados. Muitos fabricantes brasileiros lançaram diversos aparelhos com a mesma placa de processamento do NES, com cartuchos copiados e licenciados e suporte técnico no território nacional. Os primeiros clones surgiram em 1989, como o Top Game VG-8000, produzido pela CCE, o Dynavision II, produzido pela Dynacom, o Phantom System, produzido pela Gradiente e o BIT System (este com desenho semelhante ao NES), produzido pela Dismac. Enquanto o primeiro e o segundo utilizavam slot de cartuchos de 60 vias compatível com o Famicom, os dois últimos utilizavam slots de 72 vias compatíveis com o NES.
Em 1990 vieram o Super Charger da IBCT, o Hi-Top Game da Milmar e o Top Game VG-9000 da CCE, sendo que o primeiro utilizava o slot de 60 vias, e os restantes utilizando o slot de 72 vias. O Top Game VG-9000 apresentava ainda a curiosa vantagem de ser “dual-slot”, ou seja, também possuia um slot de 60 vias para os cartuchos japoneses.
Seguindo a CCE, a Dynacom lançou em 1991 uma versão revisada de seu Dynavision II, o Dynavision III, com o sistema dual-slot. Em 1992 outro clone curioso é lançado: o Geniecom. Desenvolvido por uma empresa homônima, o aparelho possuia um Game Genie embutido, possibilitando aos jogadores trapacear nos jogos sem a necessidade de comprar o acessório separadamente. Alguns outros clones foram lançados posteriormente (até nos dias atuais), mas sem muita expressividade.
Atualmente os maiores clones de NES no Brasil são o Dynavision Xtreme da empresa Dynacom e o Polystation. Este último é um console bastante controverso. Apesar de seu um clone de Nintendinho, externamento foi adaptado para a carcaça do Playstation da Sony. Quando se abre a tampa do suposto cd, eis que aparece um slot de cartucho. Estes aparelhos são encontrados na maioria dos camelôs e lojas de produtos importados baratos: as famosas lojas R$1,99.
Jogos
A terceira geração dos videogames foi repleta de jogos. Jogos de verdade. Daqueles que possuem todos os atributos e detalhes que promovem aos seus jogadores prazer e entretenimento. Continham história, desafios e inovações tecnológicas dos arcades. Os jogos eram tão bons que ainda hoje servem de inspiração para seqüências e remakes para novos jogos.
Para o NES, destacam-se jogos como: Battletoads, Predator, Batman, as séries Ninja Gaiden I, II e III, Metroid, Bomberman, Tartarugas Ninja, as séries Castlevania I, II e III, as séries Mega Man I, II, III, IV, V e VI, Metal Gear, Contra, a série Double Dragon I, II e III, a série Final Fantasy, Simpsons: Bart VS. The Space Mutants, a série Ultima, e The Legend of Zelda.
A guerra entre Nintendo e Sega estava longe de acabar, e com os avanços tecnológicos dos arcades, os consoles deveriam também seguir o ritmo das mudanças. Essas duas empresas ainda travariam uma luta ainda maior, desta vez pelo mercado de consoles 16-bit.
O legado de Mario
O sucesso do NES foi instantâneo. Isto porque o jogo de um simpático bombeiro vinha gratuitamente no console. O já famoso Jumpman dos arcades de Donkey Kong agora tinha sua própria aventura. O jogo Super Mario Bros. consistia em que Mario (o nome foi escolhido pela Nintendo Americana) salvasse a princesa Toadstool do terrível Koopa. Ambientado no reino dos cogumelos, a ação do jogo era no estilo plataforma.
Super Mario Bros. introduziu uma série de aspectos relevantes ao game design. Músicas temáticas, efeitos de som, design de personagens e roteiro faziam de Super Mario Bros. um jogo mágico. Por esses aspectos, o mercado americano aceitou tão bem a idéia. Por muitos anos, viam-se jogos sem sentido que não reverenciavam a experiência do jogador.
Ciente deste importante fator, a Nintendo fazia contratos de exclusividade com os desenvolvedores de jogos, para que seus títulos não pudessem ser distribuídos para outros consoles. Com essa estratégia, fixava-se uma preferência de jogadores pelos jogos mais interessantes. Durante vários anos, a Sega e a Nintendo criaram seus carros chefes. Mario certamente foi o vencedor.
Semelhante a Pac-Man, em pouco tempo espalhavam-se brinquedos, jogos de tabuleiro, camisas, revistinhas em quadrinhos, programas de televisão e desenhos animados do personagem Mario. Juntamente com seu irmão Luigi e outros personagens, rapidamente foram surgindo novas seqüências, até que Super Mario Bros. 3 bateu o recorde de vendas de todos os tempos, como jogo mais importante e mais vendido do mundo naquela época.
As curiosidades do personagem não param por aí. A Nintendo continuou a usar o boné, as costeletas e o bigode do personagem nas versões mais modernas do jogo. Uma homenagem aos esforços dos designers de gerações passadas. O sucesso de Mario foi tão grande que a franquia do personagem vendeu mais de 200 milhões de jogos somente para videogames de três gerações diferentes.
Mercado
A Playtronic iniciava curta passagem no mercado de consoles no Brasil. Bem sucedida na maioria dos seus embates com empresas concorrentes no mundo, fez ressurgir no lado ocidental do globo o prazer de jogar. Conseguiu superar problemas de desinteresse aos dispositivos de jogos eletrônicos e mais, conseguiu formar uma linguagem cultural que hoje é moda. No Brasil, chegou atrasada pois a barreira da quarta geração havia sido rompida.
Mundialmente alavancou um mercado que poderia ter sido engolido pelos computadores pessoais. Penetrou em um mercado que inicialmente tinha sua hegemonia patriótica e que sofria com a falta de criatividade e se consumia pelo próprio desejo capitalista. Com mais de 60 milhões de aparelhos vendidos, o NES fica atrás apenas das franquias Game Boy e PlayStation como console mais vendido no mundo inteiro.
E onde você ver um jogo interessante, pode apostar que ali tem uma pitada de Nintendinho, seja direta ou indiretamente.
Galeria
Ficha técnica
Geração: Terceira
CPU: Ricoh 2A03 8-bit processor
RAM: 2 kB (cartuchos podem ter mais memória para adicionar ao jogo)
Resolução: 256 × 240 pixels
Cores: 48 cores e 5 tons de cinza. 24 cores simultâneas
Audio: 5 canais de som com mudulações diferentes
Controles: dois controles, ligados por conectores ao console
Conexões: sinal de vídeo RF ou AV com conectores ligados ao console
Referências
- Wikipedia
- Os Cinco Pilares – Daniel Gularte
Atualiazado em 29/09/2016 por Daniel Gularte
lembro que a 22 anos atras um amigo meu acava de comprar um nes action set
mas como minha cidade e uma cidade do interior nao havia muitas locadoras para o aluguel de fitas de nes originais
cara acho que ele jogou muitos poucos titulos que me lembro era
super mario,super mario 3,castlevania 3,double dragon 2, megamam 6 4 e 5, gijoe, batletoads
sao estas as que me lembro
Nem lembrava que já tinha feito um comentário aqui…loucura!!!! bom retornar…Fase boa era essa a do 8 bits da vida gamer!!!! foi o video game onde joguei pela a primeira vez double dragon 2 em uma locadora na época!!!! Lembra o bit system e vice versa!!!! valeu
bons tempos de nes!
eu ainda tenho um video game da nitendo de 1985 e ainda funciona eu jogo todo dia e e muito legal principalmente o jogo do ninja gaiden