Sumário
Esta foi a primeira versão lançada para o Nes desta lendária série, e dentre os jogos lançados em 1986, destaca-se como um dos mais impressionantes, algo só comparável ao Super Mario Bros. original. O que pouca gente sabe é que o Castlevania apareceu primeiro no MSX, um jogo que foi chamado de Vampire Killer, mas era muito ruim, com uma jogabilidade quase impossível de se controlar, o que levou a Konami a refazer o jogo inteiro, dessa vez para o console da Nintendo. Deu tão certo que Castlevania virou um sucesso instantâneo. A Konami fez uma reformulação na jogabilidade para os golpes ficarem mais precisos e principalmente na parte de ação do jogo que se tornou constante, sem labirintos e chaves secretas para poder prosseguir.
Storyline
O ano é 1691. Mais 100 anos se passaram desde que um dos Belmont batalhou pela última vez contra o Conde Vlad Tepes, o Drácula.
O período de 100 anos é o tempo que leva para o espírito do demônio juntar suas energias e encarnar no mundo dos vivos. E mais uma vez o reino de terror é espalhado pela Europa, e a população entra em pânico. Para acabar com as forças do mal e seguir a tradição de sua família, Simon Belmont, invade sozinho Castlevania, o Castelo do Demônio, para restaurar a paz.
Sobre o Jogo
Os gráficos são um pouco menos coloridos que do MSX, porém o Nes consegue colocar telas em deslocamento horizontal, pois a versão de MSX é formada por telas paradas. Destaca-se a boa palheta de cores, pois na era do Nes, muitos programadores pecavam nesse aspecto, usando cores esquisitas, especialmente com uso de laranja e rosa.
Nos controles, apesar da melhoria em relação ao MSX, jogadores mais novos podem estranhar a forma de subir escadas segurando nas diagonais e os pulos do personagem, que não são muito grandes e não podem ser recuados. Os ataques de Simon são ataques com o chicote, que pode ser aumentado 2 vezes conseguindo o item do chicote brilhante. Há também sub-armas que são acionadas segurando pra cima e apertando o botão de ataque. As sub-armas precisam de munição para funcionar, que são os itens de corações grandes e pequenos. Elas podem ser atiradas uma por vez, mas existem itens que fazem com que se possa atirar mais de uma por vez, são os multiplicadores II ou III. Aqui está a lista de sub-armas:
- Água Benta – É forte, mas tem curto alcance. Enquanto no chão causará dano. Uma das melhores para ser usada com o multiplicador III, deixando inimigos sem ação.
- Cruz Bumerangue – É grande e tem longo alcance, mas não é muito rápida.
- Machado – Tem alcance médio, é perfeito pra combater inimigos que atacam por cima.
- Adaga – Rápida e de longo alcance, mas é a mais fraca.
- Relógio de Bolso – Congela o tempo, mas não é efetiva contra os chefes das fases 3 em diante. Também não pode ser usada com os multiplicadores.
Há ainda itens especiais que são usados uma vez, logo que você os toca, são a Cruz Rosário que destrói instantâneamente todos os inimigos que estiverem por perto, o Peru Cozido, que restaura seus pontos de vida e sempre está escondido em paredes ocas que são removidas com o chicote, e o vaso que deixa Simon invencível por alguns segundos.
Sobre a dificuldade, vale alertar que este é um dos jogos mais difíceis do console, e entre as maiores dificuldade estão certos inimigos pequenos como Medusa Head e Flea Man, pois são inimigos bem ágeis e estão colocados normalmente em partes que necessitam de um pouco mais de habilidade como buracos ou áreas cercadas por outros inimigos. O desafio é mesmo hardcore, e mesmo sendo apenas 6 fases, você não vai terminá-lo em meia hora, pois deve-se treinar bastante as estratégias para cada área do castelo. O jogo também tem que ser vencido de uma só vez, pois não há save, password ou cheats.
Trilha Sonora de arrepiar
Sem dúvida chama bastante atenção o trabalho feito com a trilha sonora. Os simples canais de som do Nes foram muito bem explorados, passando todo o clima da sinfonia sombria que é característica da série. Os responsáveis pelas composições foram os músicos da banda de jazz Kuheiha Club, especificamente Kinuyo Yamashita. A banda foi responsável por praticamente todas as grandes trilhas sonoras da Konami na geração 8 bits e quase toda dos 16 bits, tais como Contra, Gradius, Salamander / Life Force, Goemon, dentre outros.
Conclusão
Castlevania é uma das séries mais importantes da histórias dos jogos eletrônicos. Depois do lançamento desta versão já saíram diversas continuações em diferentes plataformas e a série continua com força total até hoje, sempre aderindo as novas tecnologias de mercado e se reinventando. A versão original, mesmo com a simplicidade da época pesando contra ele, é um jogo tão bem concebido, que o coloca no time de jogos eternos, que acabam envelhecendo apenas graficamente, mas que acabamos nos pegando na madrugada rejogando e acompanhando aquela fantástica trilha sonora.
Vídeos
Curiosidades
- O primeiro Castlevania, segundo a Nintendo Power, foi o 23º jogo mais vendido do Nes, e o 14º melhor jogo da plataforma segundo a mesma publicação.
- No Japão o jogo foi lançado para o famicom disk system primeiro e depois relançado em cartucho com a opção EASY, para ajudar os jogadores mais frustrados. Mas em qualquer versão é possível acessar o HARD após terminar o jogo uma vez.
- O jogo foi convertido para computadores IBM e Commodore, mas com uma clara perda de qualidade na jogabilidade.
- Os créditos do jogo são apresentados como se fosse um filme, ao lado do nome dos personagens, estão escritos os “nomes dos atores” que os representaram, todos parodizando nomes conhecidos do cinema.
- Simon Belmont e o Drácula também eram personagens presentes no cartoon Capitão N, e assim como Megaman, os personagens fugiram completamente da idéia original do jogo.
- Praticamente em todos os jogos posteriores a música da fase 1, Vampire Killer, foi utilizada. Em Castlevania Order of Ecclesia, todas as músicas podem ser substituídas por quaisquer músicas de Castlevania 1, desde de que se tenha os itens “CDS” para trocar de música.
- Há ainda milhares de versões, rock, orquestradas e eletrônicas com as músicas do jogo, tanto feitos oficialmente pela Konami, quanto por músicos amadores.
- Castlevania 2 é uma seqüência direta do Storyline desta versão. Do terceiro em diante os roteiros se passam em períodos de tempo diferentes.
- Apesar disso, Simon Belmont continuou aparecendo na série. Super Castlevania 4 é uma nova visão da primeira aventura, assim como Castlevania Chronicles. Simon ainda aparece no crossover de plataforma Wai Wai Konami World 1 e 2, no estranho arcade da série Haunted House, como personagem secreto em Castlevania Harmony of Dissonance(sprite de Nes) e está presente na versão de luta Castlevania Judgement.
- A cronologia da série Castlevania que só começou a ser definida na metade dos anos 90, e é completamente desordenada, a primeira aventura de Simon Belmont está como o 7º episódio da série, mas isso pode ser modificado a qualquer momento.
Ficha Técnica
Título Original: Akumajou Dracula (Castelo do Demônio Dracula)
Título Mundial: Castlevania
Softhouse: Konami
Console: Nes
Ano de Produção: 1986
Trilha Sonora: Kuheiha Club
Taxonomia: 2d / Plataforma, Ação
Mídia Original: Cartucho
Nº. de Jogadores: 1
Periférico: Joystick
Conversões: Arcade (Nintendo Vs Series), Commodore 64, IBM PC, Commodore Amiga, PC Windows(Konami Collector’s Series), Game Boy Advanced, Celulares(Motorola, Sanyo e Samsung) e Wii (Virtual Console).
Atualiazado em 11/07/2018 por Daniel Gularte
Super Castlevania 4, Castlevania – Drácula X e Bloodlines foram excelentes jogos para Megadrive e Snes.
Maneiro o texto, eu curti. Mas eu não acho o Vampire Killer de MSX uma droga 🙂
Acho que é porque joguei na época, e lembro que era terrivelmente bom de jogar naqueles tempos. Mas entendo seu ponto de vista, porque o jogo definitivamente não envelheceu bem: peguei para jogar outro dia e já está quase tacando o computador na parede. A jogabilidade certamente tinha lá suas falhas…
Também acho ótimo quando as pessoas escrevem esses artigos e fazem como você fez, mencionando o nome da equipe ou de integrantes dela. Não só é uma questão de justiça: é bom familiarizar o jogador com alguns nomes, porque servem de referência quando ele estiver diante de outro jogo feito pela mesma equipe.
Show de bola, parabéns!
Primeirão!
Uau! É muito agradável quando aparecem essas pérolas na internet. Parabéns pelo artigo Thiago!