Sumário
Pergunte para qualquer trintão no meio da rua três jogos do Atari que ele lembra. Aposto algumas fichas de fliperama como todos eles vão falar o nome Pitfall, inclusive os que nunca conhecem videogames.
Pitfall é um daqueles jogos que faz parte do seleto repertório Cult dos jogos eletrônicos. E Pitfall é Atari, e Atari 2600. Esqueça as versões para o 5200 e o 7800, bem com as versões pro Colecovision e pro Intellivision. é um dos maiores sucessos de venda da Atari para seu console de segunda geração.
O jogo rendeu uma série de continuações para outros consoles, e muitas, muitas versões para quase todos os videogames desta geração.
Narrativa
Segue um descritivo tirado da caixa do jogo para o Intellivision, tradução do original para o Atari 2600:
“Deixe-me apresentar – Sou Harry explorador das selvas e caçar tesouros é o meu passatempo. Agora o seu também. Se você for destemido o suficiente para encarar essa jornada, mas não precisa temer pois eu serei o seu guia através da selva, e sou dos melhores.
Incontáveis riquezas estarão nos esperando, mas os perigos serão cada vez maiores. Estaremos pulando de cipó sobre buracos e poças de pixe, estaremos saltitando através dos pântanos usando as cabeçcas dos crocodilos como pedras e estaremos em caminhos subterrâneos pulando sobre escorpiões mortais.
Assim prepare a sua mochila e encontre-me na selva ao entardecer para sairmos atrás dos tesouros, sacos de dinheiro e aneís de diamantes na floresta de Pitfall!”
Game Design
O jogo tornou famoso o Game Desiger David Crane. Na época o design de jogos (na realidade isso ainda nem existia) era feito por programadores, que utilizavam a plataforma de desenvolvimento para colocar suas idéias e fantasias. Os jogos então eram desenhados conforme a experiência de programá-los, e muitos programas não conseguiam ter um resultado interessante. Entretanto, Pitfall foi um dos poucos títulos a ter criatividade para desperar o desafio dos jogadores.Veja este depoimento do prórpio David Crane sobre a criação do jogo:
“I sat down with a blank sheet of paper and drew a stick figure in the center. I said, “Okay, I have a little running man and let’s put him on a path [two more lines drawn on the paper]. Where is the path? Let’s put it in a jungle [draw some trees]. Why is he running [draw treasures to collect, enemies to avoid, etc.]?” And Pitfall! was born. This entire process took about ten minutes. About 1,000 hours of programming later, the game was complete.” – David Crane
Imagina-se a idéia primeiro para depois implementá-la: primeiro grande princípio do design digital, ou então o computador domina o operador.
Pitfall é um jogo que transforma os recursos ínfimos do Atari 2600 em um jogo veloz, sem problemas de jogabilidade, com ação contínua e gráficos suaves (para a época). Sim, é sinal de um bom toque de progrmação, mas mesmo indiretamente, a boa utilização de idéias de representação subjetiva de elementos ameaçadores, como crocodilos, cobras e escorpiões, que pelo desenho de suas silhuetas e animação simples, traduz o sentimento dos perigos da selva.
Regras
O objetivo de Pitfall é guiar Harry através de um labirinto florestal evitando ou saltando sobre diversos perigos mortais, e ajudando Harry a apanhar o maior número de tesouros no menor tempo possível.
- Para correr use os comandos direita e esquerda do controle;
- Para saltar pressione o botão de ação;
- Para subir uma escada use o comando para cima do controle;
- Para descer uma escada useo o comando para baixo do controle (próximo);
- Para agarrar um cipó pressione o botão de ação enquanto estiver correndo (próximo);
- Para soltar o cipó pressione qualquer um dos comandos laterais (quase todo mundo não sabia sair do cipó);
- Para pegar um tesouro basta passar sobre ele.
Harry começa sua aventua com 2000 pontos. Qualquer acidente causará uma deducão de pontos. Cada tesouro apanhado vai aumentar os pontos do herói. Há oito unidades de cada tipo de tesouro no jogo inteiro, perfazendo o total de 32. A pontuação total é de 114.000 pontos, podendo chegar ao máximo de 122.000 caso Harry não tropece nos troncos ou caia nos buracos.
- Anel de diamante: 5000 pontos;
- Barra de ouro: 4000 pontos;
- Barra de prata: 3000 pontos;
- Saco de dinheiro: 2000 pontos.
Harry possui 20 minutos para completar cada aventura. O jogo termina quando Harry perde suas três vidas ou quando acabar o tempo de 20 minutos. São 255 cenas da selva das quais Harry viaja. Cada cena percorrida pelo caminho subterrâneo equivale a 3 cenas de superfície. Pitfall é um labirinto circular; isto é, se Harry atravessar com segurança todas as 255 telas, ele alcançara o ponto de partida novamente e encontrará os 32 tesouros.
A aventura de Harry na selva é ameaçada por muitos perigos e alguns deles vão prejudicá-lo com pontos e vidas, além de fazer Harry perder tempo.
- Buracos: Se cair em um buraco perderá 100 pontos;
- Troncos das árvores: Os troncos das árvores causarão perda de pontos dependendo do tempo que Harry enconstar neles;
- Fogueira: enconstrou em uma fogueira, perde uma vida;
- Cobra venenosa: se tocar em uma cobra, ela irá picá-lo e perderá uma vida;
- Crocodilo: Se ele abrir a boca enquanto estiver encima dele, perde uma vida;
- Pãntano: Se cair em um pântano, perde uma vida;
- Areia moveciça: Se for tragado pela areia movediça, perde uma vida;
- Poça de Pixe: Adivinha o que acontece se cair no poço de pixe? Perde outra vidinha.
O manual de Pitfall traz uma excelente exclusividade: dicas do próprio Game Designer do jogo, David Crane! E como se não bastasse, ele ainda traz estratégias interesantes para o jogo, fruto de seu trabalho como criador do jogo (tudo bem que não são dicas milagrosas ou códigos secretos, mas quem imaginava tal coisa nesta época?):
- Os troncos rolam sempre da direita para a esquerda. Quando Harry perde uma vida aparece no canto esquerdo da tela. Portanto o caminho mais fácil será pela esquerda.
- Usar caminhos subterrâneos é uma boa sugestão, entretanto é essencial desenhar um mapa do terreno com a rota percorrida a cada jogada.
- Para garantir um pulo seguro contra os crocodilos, apenas sua cabeça é segura. Quando for pular para o próximo, aguarde o mesmo fechar sua boca e evitar perder uma vida.
O Legado
Um jogo colorido, sem defeitos gráficos e desafiador. Junto com sua campanha de marketing, Pitfall conquistou por 64 semanas o topo dos jogos mais procurados e vendeu 4 milhões de cópias. Antecedeu uma época negra dos jogos eletrônicos, que fez ruir uma época dourada. Mesmo assim, Pitfall continuou em várias plataformas, e tornou-se símbolo cultural dos videogames.
Nostálgico, representa os primeiros sucessos em atividades relacionadas a criação de jogos, mesmo não tendo efetivamente um processo ou metodologia de criação. Por muitos jogadores, Pitfall é um jogo misterioso, que muitos achavam que não possuía final, como os oitros jogos do Atari 2600. Mas não era qualquer um que tinha a oportunidade de ter o manual do jogo. Segredos revelados; mas mesmo assim meus dedos ainda formigam para jogar mais uma vez Pitfall.
Curiosidades
- Quando Harry se agarra em um cipó, toca uma musiquinha parecida com a voz do Tarzan dos filmes;
- David Crane também criou Ghostbusters (aquele joguinho que vinha com o Phantom System);
- Em 1983 teve um desenho animado, que durou apenas uma temporada;
- Uma promoção garantia prêmios para os primeiros jogadores de Pitfall que atingissem 20.000 pontos e enviassem a foto de seu score em sua tv para a Activision;
- O ator Jack Black ainda criança fez o comercial americano de Pitfall.
Referências
- Manual original Pitfall Atari 2600
- Manual original Pitfall Intellivision
- Wikipedia
Ficha Técnica
Designers: David Crane
Taxonomia: 2D/Plataforma/aventura
Jogadores: 1
Mídia: cartucho
Controles: joystick
Atualiazado em 04/07/2018 por Daniel Gularte
Muito bom, muito bom mesmo, depois dessas dicas resolvi jogar Pitfall de novo só para tentar fazer o máximo de pontos.
eu gosto de joga pitfall
EU AMO ESTE JOGO, COMPREI UM ATARI P/ RELEMBRAR OS BONS TEMPOS DE MINHA INFÂNCIA. OBRIGADA POR DETALHAR O JOGO. NOTA 10
A única vez que joguei o Pitfall clássico foi quando acessei pelo jogo Pitfall: Mayan Adventure, no PC.
Eu fiquei um pouco nele, o suficiente pra me lembrar de como os primeiros jogos eram tão focados em pontuar mais. Hoje os jogos que tem esse aspecto de pontuação pessoal estão ficando mais incomuns, até pela proximidade cada vez maior com o cinema.
Mas ainda existem bons representantes, nos portáteis, e na maioria dos puzzles e arcades.