Sumário
O Game Gear é um console portátil lançado pela SEGA que gerou muitas opiniões controversas. Apesar de seus problemas em vendagem e descrédito por parte dos consumidores americanos, ele foi trazido para o território Brasileiro pela empresa Tectoy e desta vez foi muito bem recebido por jogadores brasileiros, e isto se deu por uma série de fatores.
Introdução
O primeiro fracasso de vendas da SEGA foi também seu primeiro portátil: o Game Gear. Lançado em 1990 no Japão e em 1991(6 meses após seu lançamento) na América do norte e no Brasil. Observando o sucesso do portátil da Nintendo, o Gameboy, diversas empresas também buscaram, sem sucesso, destituir a empresa do trono dos videogames de bolso. O mercado já estava consolidado, e o público apoiava o monopólio do console que buscava atender pessoas que necessitam de mobilidade ou que se submetiam a longas viagens, atendendo uma ampla gama de pessoas, de jovens a executivos internacionais.
Neste mesmo ano, encontrava seu fim a união soviética, e consigo a guerra fria. O mundo estava entrando em uma nova etapa, e as pessoas buscavam diversão e entretenimento, um local com regras já definidas, em um mundo com contexto não mais tão definido assim. Estava se desenhando o modelo da globalização, e com isso, a popularização dos mercados de massa.
O console
A SEGA precisava criar uma maneira de superar sua rival nipônica, e a única forma de se fazer isso era criando um console mais potente e mais atrativo para o consumidor. Com isso surgia o “Projeto Mercúrio”. Ele foi anunciado no show de brinquedos de Tokyo em 1990 pensando em fazer o que a Nintendo não fazia. Seu hardware era praticamente uma cópia direta do Master System, permitindo uma portabilidade de jogos aproveitada pela empresa.
O design do Game Gear possui botões direcionais, além dos botões de ação A e B para jogos e o velho conhecido botão Start. Sua estrutura continha também uma entrada para fone de ouvido, alto-falantes embutidos, entrada para carregador e botão Liga/Desliga.
Enquanto seus alto-falantes traziam a saída Mono, ao utilizar fones de ouvido era possível usar Stereo, uma tecnologia muito superior ao seu concorrente. Porém eram recorrentes os problemas nos capacitores, danificando a placa de som. Eles tinham uma vida útil máxima de 10 anos, a depender do seu uso.
Outro diferencial era a iluminação na tela, permitindo que fosse jogado em ambientes escuros. Sua tela possuía uma paleta de 4096 cores era ainda maior que a do Master System, que possuía apenas 256. Uma tela de LCD de 3,2’ e 16Kb de memória RAM de vídeo, superiores ao do Gameboy.
Ele utilizava 6 baterias AA e durava de 3 a 5 horas, um problema em comparação ao Gameboy que usava apenas 4 pilhas e durava de 15 a 30 horas. O Game Gear contou com 18 acessórios das mais diversas funcionalidades, sendo que alguns buscavam resolver seu problema de autonomia, porém tornando o console cada vez menos portátil.
Jogos
A maioria dos jogos do Game Gear foram versões portadas do Master System e do Mega Drive, adicionando novas cores. Porém, ele também teve seus títulos exclusivos e alguns dos seus principais jogos são:
Adventures of Batman and Robin:Seguindo os lançamentos do Mega Drive e Sega CD, a Sega lança para o portátil. Com gráficos e jogabilidade frenética, a SEGA conseguiu fazer proezas no console.
Double Dragon: Totalmente diferente e mais lenta que as outras, o jogo não conseguiu mérito no portátil, considerado o pior.
Fantasy Zone: Totalmente diferente da versão do Master System, o jogo agora bem mais colorido e utilizando a paleta de cores do Game Gear.
Mega Man: A Capcom trouxe o conhecido herói azul em um jogo exclusivo para o console.
Phantasy Star Adventure: RPG da franquia de sucesso da SEGA, porém somente no Japão.
Shinobi II: Jogo de plataforma. Tanto esta versão quanto a primeira é diferente das versões do Master e Mega Drive.
Sonic Triple Trouble: Um jogo exclusivo para o Game Gear. Seu port ao Master System não é oficial, além de possuir vários glitches.
Super Columns: Concorrente do Tetris.
Sonic the Hedgehog: Port do clássico Sonic, porém com resolução ruim.
Mercado
O console foi trazido pro Brasil pela Tectoy. A empresa fez um excelente trabalho de marketing e propaganda, além de traduzir quase todos os jogos do Game Gear com manual e caixa em português logo após seu lançamento no exterior, no total de mais de 200 jogos. Enquanto o marketing da SEGA era extremamente agressivo, sempre buscando atacar a Nintendo e seus consumidores, no Brasil ele focou nas vantagens do portátil e foi muito bem recebido.
Infelizmente, seu número de vendas no Brasil não foi divulgado oficialmente, mas, estima-se que mundialmente o aparelho vendeu cerca de 10,56 milhões de unidades, chegando aqui pelo preço de Cr$599.900,00 (Cruzeiros), algo por volta de R$218 (conversão para 2016).
Um dos problemas, além da autonomia da bateria, era que os jogos portados do Master System e Mega Drive eram pensados para consoles de mesa, e por isso eram muito mais confortáveis de jogar em suas plataformas originais. Era mais caro que seu concorrente, desequilibrando a relação de custo-benefício. O hardware era muito frágil e constantemente dava defeito, causando transtornos ao usuário.
Por esses motivos, apesar de seu hardware melhor, design ergonômico, boa biblioteca de jogos e bom marketing o console não conseguiu desbancar o Gameboy (que já possuía um mercado preferencial repleto de bons jogos desde 1989), vendendo menos que o concorrente apesar de sua boa recepção. Ele foi descontinuado em 1997, porém até hoje se discute se o Game Gear foi realmente um fracasso e trás boas lembranças para aqueles que tiveram a oportunidade de jogar. Desde então a SEGA passaria a focar no mercado de consoles de mesa, mas não esqueceu dos portáteis, lançando o SEGA Nomad posteriormente. A próxima geração de rivais do Gameboy seguiriam a mesma linha de pensamento, buscando trazer um hardware superior, mas sem sucesso em suas vendas.
Galeria
Curiosidades
-
Através de um adaptador (Master Gear) era possível jogar títulos do Master System. O Game Gear foi o primeiro console a permitir algo assim.
- Até o lançamento do PSP, o Game Gear ocupava o primeiro lugar no ranking de portáteis não-fabricados pela Nintendo, desbancando concorrentes como o TurboExpress e o Atari Lynx.
- Ele também funcionava como TV portátil graças a um periférico lançado pela SEGA, o TV Tuner.
Ficha técnica
Nome: Game Gear
Geração: Quarta
Fabricante: SEGA/Tectoy
Ano de lançamento: 1991 (Brasil)
CPU: Zilog Z80 @ 3.5MHz (8-bit)
Controles:Direcionais + 2 botões + Start
Mídia: Cartuchos ROM
Jogo Famoso: Sonic the Hedgehog
Cores: Paleta de 4096 cores, 64 na tela
Som: Alto-falante Mono embutido de 4 canais, Fones de ouvido Stereo
Tamanho/Peso: tela 3,2’, 453g
Portas I/O: Cartuchos, Fones de ouvido, Carregador, Porta de saída
Baterias: 6 baterias AA
Fonte de energia: Adaptador externo (9v)
Referências
- http://www.playreplay.com.br/carbono-14-7-curiosidades-game-gear/
- I, videogame (Discovery Channel)
- http://www.oldcomputers.com/museum/computer.asp?c=1109&st=2
- http://segaretro.org/Sega_Game_Gear
- https://en.wikipedia.org/wiki/Game_Gear
- http://osfasdasega.blogspot.com.br/2014/07/e-sega-entra-com-os-portateis-o-game.html
- http://alvanista.com/top-games/game-gear
Atualiazado em 03/11/2016 por Daniel Gularte