Sumário
Após vários anos trabalhando como softhouse para a Nintendo, a Bandai tenta, novamente, fabricar um console de mesa para tentar ganhar uma fatia do crescente mercado japonês. Com a ideia de focar o mercado nas crianças e usar, em seus jogos, grandes sucessos da TV japonesa, o Playdia, aparentemente, não iria ter tantos problemas em vender várias unidades, mas acabou sendo esquecido devido a forte concorrência e ser pouco atrativo. Acompanhe a jornada do pequeno Playdia aqui.
Introdução
A Bandai uma grande empresa japonesa, conhecida por fabricar brinquedos e jogos eletrônicos, principalmente baseados em shows de grande sucesso no Japão, como animes e tokusatsus. Além desses projetos, a Bandai também tentou, diversas vezes, fabricar um console. Após o fracasso do Bandai RX-78, em 1983, que era um computador que também funcionava como videogame, a Bandai desistiu da ideia e continuou no mercado de games criando games para os consoles da Nintendo.
História
Com as boas vendas do jogo Dragon Ball Z Side-Story: Plan to Eradicate the Saiyans, para Famicom (Nintendinho) em 1993, que foi o primeiro jogo baseado na série a apresentar história própria e que contava com diferentes caminhos para diferentes finais. Com o sucesso do jogo, a Bandai lança dois filmes em VHS baseados na história do game. Esses filmes serviam como um guia visual, mostrando as “escolhas certas” que você deve fazer para alcançar o “final verdadeiro”.
No ano seguinte, onze anos depois do Bandai RX-78, a Bandai lança o Playdia, um console que, promete ter episódios interativos inéditos, não só para Dragon Ball, mas também Sailor Moon e Gundam.
Juntando as peças do quebra-cabeça, a ideia da Bandai com o Playdia era justamente essa: criar episódios inéditos, que apenas seriam disponibilizados em seu console, com o adicional de aumentar a interatividade com a história, que foi o maior diferencial do jogo de Dragon Ball para Famicom. Tanto é que, o primeiro jogo a ser feito para o Playdia foi a primeira parte do filme feito para VHS, só que dessa vez, eles também aumentaram a quantidade de caminhos e finais diferentes. Posteriormente, a Bandai também lançou o jogo da segunda parte do filme.
Além disso, a Bandai promete que o Playdia irá ser um console voltado a família, que seus jogos entreterão tantos jovens como adultos.
O Console
O visual do Playdia é bem único, colorido e chamativo, como se fosse um brinquedo para a criançada. Apresentando uma chave para ligar e desligar o console e dois botões, um para “resetar” o jogo e o outro para abrir a parte superior do console, onde será inserido o CD com o game. Enquanto ligado e executando algo, um led, de cor verde, ficará ligado para alertar o jogador que o console está ativo. Além, é claro, de ter um espaço para guardar o pequeno joystick do console.
O controle do Playdia é minúsculo, sendo agradável apenas para mãos de crianças. Contendo seis botões, sendo quatro para o simbólico D-PAD, na verdade, esses botões eram os principais usados para as tomadas de decisões nas cenas de jogos, a função de ir para as quatro direções só era executada para navegar pelos menus. Os outros dois botões serviam para confirmar ou negar uma ação feita em um desses menus.
Como a proposta do console era ser um console de interação rápida, em que o usurário senta, assiste algo e já termina sua sessão, só é permitido um controle “conectado”. Na parte traseira do console, continha saídas do tipo AV, (amarelo, branco e vermelho) e a entrada de energia.
Jogos
O Playdia usa o CD-ROM para a execução de seus jogos, uma mídia que permite uma maior quantidade de armazenamento e duração de áudio e vídeo, o que também facilitou o uso da tecnologia FMV em, praticamente, todos os jogos.
O Full Motion Video é uma técnica de narração utilizada em jogos, onde é usado vídeos pré-gravados e animações digitalizadas. A interatividade com o jogador é limitada a um ponto que o mesmo se limita em apenas escolher uma ação e esperar a próxima cena gravada ser executada, que dependerá, ou não, da escolha do jogador.
Da pequena biblioteca de 33 jogos comercializados, o games se dividiam em dois tipos: os “edutainment” e os que se baseavam em animações japonesas e tokusatsu, como o Ultraman.
Os jogos considerados “edutainment” são jogos que tentam, ao mesmo tempo, serem educativos e de entretenimento. No Playdia, jogos desse gênero eram, em sua maioria, jogos de perguntas e respostas, com conhecimentos fundamentais, trivia sobre anime ou um misto dos dois, como o Ultraman: Welcome to Alphabet, que ensinava inglês para as crianças por intermédio do herói japonês.
Já os jogos baseados em animes, como Dragon Ball e Sailor Moon, eram episódios únicos feitos para o console, neles, você assistia à animação e, periodicamente, escolhia o curso da história.
Outros destaques são os jogos “Gamera: The Adventure Time” – um RPG de ação baseado em um dos mais famosos dos Kaiju japoneses, 6 jogos de Ultraman diferentes. O último jogo (um jogo baseado no Super Sentai: Power Rangers) foi lançado em 1996. Pela falta de ajuda de empresas terceiras, todos os jogos acabaram sendo produzidos e publicados pela própria Bandai.
Mercado
O console foi lançado por ¥24.800 (cerca de U$250). A Bandai não esperava que o Playdia tivesse uma péssima recepção, esperando que os fãs de animação fossem comprar seu console. Baixa interatividade foi o principal motivo por afastar o público. Além disso, o Playdia foi lançado próximo ao lançamento de consoles como Sega Saturn e Playstation, que acabaram por enterrar o console. Com o fracasso a vista, a Bandai muda o foco de vendas para tentar amenizar as perdas, assim, é lançado idol’s CDs. Idol’s CDs são “jogos” interativos em que apresentam jovens mulheres japonesas que podem tirar suas roupas de acordo com o comando do jogador. Essa tática, mesmo sendo contrária ao foco inicial, deu certo, vendendo uma quantidade que deu a Bandai um pequeno lucro com as vendas do console.
Galeria
Curiosidades
- O joystick do Playdia foi o primeiro controle de videogame a usar tecnologia baseada em infravermelho
- Houve 6 jogos não comercializados para o Playdia, a maioria desses titulos foi cancelado durante a própria produção.
- Gamera foi criado como concorrente do famoso Godzilla na década de 60
Ficha Técnica
Geração: Quinta
Fabricante: Bandai
Origem: Japão
Lançamento: 1994
Mídia: CD-ROM
CPU: Toshiba TMP87C800F @ 8MHz. Coprocessador: Asahi Kasei AK8000 (áudio e vídeo) e NEC μPD78214GC
Memória: RAM: Sharp LH52B256 – 256K (8 de 32K), ROM: Toshiba TC514256JAJ – 256K
Controle: Joystick sem fio (infravermelho)
Acessórios: Não possui
Referências
Wikipedia
Kanzenshuu
Andy Slaven: Vídeo Game Bible, 1985 – 2002
Winnie Forster: The Encyclopedia of Game machines: Consoles, Handhelds & Home Computers ; 1972 – 2005
Atualiazado em 19/07/2016 por Jefferson Jales