Sumário
O Turbografx-16 foi um dos pioneiros da era 16-bit – um console poderoso mas que graças a uma série de decisões erradas e marketing deficiente não se saiu muito bem em sua região de lançamento: o mercado americano. Entretanto, seu sucesso no Japão foi tamanho e seu legado histório tão importante que é impossível não concedê-lo o título de clássico em qualquer coleção.
Histórico
Lançado originalmente no Japão, em 1987, fruto de uma parceria entre a NEC e Hudson Soft, produtora de jogos de sucesso, o PC Engine chegou ao ocidente com o nome de TurboGrafx-16 e foi revolucionário em diversos aspectos; foi o primeiro a utilizar a tecnologia de CD-ROM e o primeiro a ter uma placa gráfica de 16 bits.
Nessa época, o Famicom fazia um enorme sucesso e a Hudson, observando que a tecnologia usada em consoles poderia ser muito superior à apresentada até então, juntou-se a NEC, que até então era conhecida por trabalhar com infraestrutura de rede para propor uma nova geração de videogames.
Esse conjunto de novidades inéditas para a época, um design chamativo e uma biblioteca de jogos considerável seriam o pivô para o sucesso do PC Engine no Japão, porém, ele não encontraria tanto sucesso no mercado americano.
O console
Embora anunciado como primeiro console 16-bits, apenas sua placa gráfica suporta este formato, enquanto seu processador ainda recebia instruções 8-bit. Ainda assim, seu hardware era superior ao do NES e Master System, dando a NEC uma vantagem competitiva.
Enquanto a versão japonesa era um dos menores consoles do mundo, o TurboGrafx-16 era grande, assimétrico e removeu todo o visual clean do console original. Ele possui uma entrada para cartões de jogo logo a frente, apenas uma entrada para controle e um interruptor de energia. Atrás, após retirar uma tampa removível está o lugar dedicado ao drive de CD. No seu lado esquerdo estão as entradas de alimentação e vídeo.
O controle possui um D-pad, os botões Select e Run, além dos botões 1 e 2 e alavancas turbo que permitem mudar o tempo de resposta deste periférico.
Sua mídia original eram os Hucards, recebendo logo depois atualizações para suportar CD-ROM.
Jogos
Entre as várias versões, o console foi capaz de suportar diversas mídias, sofrendo com um problema de retrocompatibilidade. Para o TurboGrafx-16 foram lançados um total de 138 títulos, sendo 94 em formato TurboChip, 21 em TurboGrafx CD e 23 em Super CD. Alguns dos mais notáveis são:
Bomberman ‘93: Jogo estratégico da famosa franquia da Hudson, o jogador deve posicionar bombas corretamente em um labirinto.
Bonk’s Adventure: Jogo de plataforma 2D em que o simpático Bonk derrota inimigos com sua testa. O protagonista se tornaria o mascote do console.
John Madden Duo CD Football: Uma tentativa de agradar o mercado ocidental com uma temática esportiva envolvendo futebol americano. Foi lançado para a versão Duo do console.
Cadash: Port de um RPG-plataforma para arcade. Muito similar a jogos como Zelda II, combina ação side-scrolling com elementos táticos.
O mercado
O estrondoso sucesso no Japão levou as empresas do consórcio do PC Engine a exportarem seu produto para a América do norte e, em 1989, o TurboGrafx-16 foi lançado: uma clara referência a sua placa gráfica de 16 bits e, também, um prelúdio ao trabalho de marketing agressivo que seria aplicado no ocidente.
O console foi lançado duas semanas após o Genesis, tornando a Sega uma grande competidora para a NEC. Isso gerou uma batalha de marketing com ataques de ambos os lados. Enquanto no Japão, o PC Engine superou a Sega em vendas, isso não aconteceu na América, sendo rapidamente deixado para trás.
A Hudson também precisou investir em um setor internacional para trabalhar com a localização do console e tarefas relacionadas. Um dos primeiros passos foi redesenhar o hardware do console para algo mais chamativo. Essa decisão foi altamente criticada por acabar com um dos pontos mais importantes do console, seu tamanho compacto.
Os jogos que acompanhavam o console não eram tão conhecidos e emblemáticos como os da Sega, deixando as pessoas receosas a pagar $189 em um produto novo, que prometia muito, mas não demonstrava sua potência adequadamente através de seus títulos.
A NEC produziu inicialmente 750,000 unidades, apostando que seu console seria um sucesso de vendas. Retalhistas também estavam ansiosos para mais uma alternativa a gigante Nintendo. Entretanto, mais acostumada ao mercado americano, o marketing da Sega se provou mais bem sucedido e a divisão japonesa da NEC estava relutante em investir mais dinheiro até que se mostrassem resultados.
Muitos jogos japoneses não chegaram aos Estados Unidos, grande parte por causa dos contratos de exclusividade de empresas third-parties. A própria Hudson, até então exclusiva da Nintendo, não pode trazer os jogos que produziu. Os jogos que chegaram, talvez como forma de compensar essa escassez, vieram a um preço superior aos da sua concorrente, ou seja, nada atrativos.
Em 1989, foi lançado o TurboGrafx CD, periférico que permite o uso de mídia em CD-ROM, rendendo assim ao console o título de primeiro a usar esse tipo de tecnologia. Apesar da mídia poderosa, a produção do acessório era cara e os desenvolvedores não tinham experiência com o recurso.
O console vendeu por volta de 2.5 milhões de unidade na América do norte. Em 1992 foi lançada uma nova versão chamada TurboDuo que já incluía no hardware o leitor de CD, em uma tentativa de se recuperar. Muitas versões foram lançadas com esse propósito. Mesmo assim, ele foi descontinuado em 1994, deixando o ocidente com um rastro amargo para trás,mas, levando consigo a glória de ter sido um líder de vendas no Japão.
Galeria
Curiosidades
- Um periférico permite o uso de até 5 controles simultâneos
- A versão posterior do console ganhou uma história em quadrinhos chamada Johnny Turbo.
- O console chegou a aceitar 5 formatos diferentes para seus jogos
- O Hucard era chamada de TurboChip nos EUA
Ficha técnica
Nome: PC Engine/TurboGrafx-16
Geração: Quarta
Fabricante: NEC/Hudson Soft
Ano de lançamento: 1987(Japão), 1989(USA/NA)
CPU: Hudson Soft HuC6280
Controle: TurboPad (D-pad + Run + Select + 2 botões + 2 alavancas)
Mídia: HuCard, CD-ROM(Necessita periférico)
Jogo Famoso: Castlevania: Rondo of Blood
Cores: Paleta de 512 cores, 482 em tela
Som: 6 canais PSG
Tamanho/Peso: 14 cm x 14 cm x 3,8 cm/ 3,17 kg
Portas I/O: Porta para controle, slot de cartucho, saídas de áudio e vídeo, entrada de alimentação, adaptador de CD-ROM
Fonte de energia: 10.5V 730 mA
Referências
https://en.wikipedia.org/wiki/TurboGrafx-16
http://www.gamasutra.com/view/feature/225466/stalled_engine_the_turbografx16_.php
http://gamehall.uol.com.br/v10/a-historia-do-pc-engine/
http://www.old-computers.com/museum/computer.asp?st=2&c=1231
http://www.videogameconsolelibrary.com/pg80-pc_eng.htm#page=reviews
https://www.giantbomb.com/turbografx-16/3045-55/
BAKER, Kevin. The Ultimate Guide to Classic Game Consoles. Ebookit.com, 2013.
Porquê não colocaram memória flash interna de 256 Megas na versão de 24 Bits do PC Engine, pularam direto para a versão em CD com entrada para cartão de jogos. A versão de 16 Bits deveria ter as seguintes versões de memória interna flash: de 16 até 192 Megas.
Só conheço por fotos e videos…nunca vi ou joguei nele!!!! Nintendo e Sega estavam brigando muito e era dificil ver esse tipo de video game no Brasil… Acho que o problema era mesmo divulgação. Lembro de comprar uma revista video game e ali mostrar fotos e configurações do video game. O neo geo cresceu na época por que todo shopping e buteco tinha uma máquina de metal slug, samurai, fatal fury…Agradeço a internet por isso!!!!