Sumário
No começo dos anos 90, a Sega disputava seu lugar no mercado japonês através do Mega Drive, concorrendo com o Super Famicom da Nintendo e o PC Engine da NEC. Após o lançamento do periférico CD-ROM para PC engine, fazendo dele o primeiro console a usar a mídia de CD para jogos, a Sega decide lançar seu próprio periférico compatível com a mídia de CD. Isso levou a Sega a entrar em um novo e até obscuro subgênero dos jogos, como no caso dos FMV.
Histórico
Inicialmente o Sega CD tinha o objetivo de concorrer com CD-ROM da NEC, sendo melhor e mais barato que ele. A Sega japonesa desenvolveu esse projeto secretamente, chegando a deixar a Sega americana pouco informada até perto do lançamento do projeto por medo de vazamento e alterações que o time americano poderia fazer. A preocupação com a potência do produto era tão grande que alterações eram feitas para se adaptar a qualquer indício de avanço da concorrência, o que com certeza contribuiu para o encarecimento do projeto. Em questão de qualidade, não existem dúvidas de que o Sega CD reinava superior, no entanto, seu preço saiu caro demais, vendido separadamente do Mega Drive, era tanto dependente dele para rodar quanto mais caro.
O Console
O Sega CD, embora tenha sua própria biblioteca de jogos, é apenas um periférico do Mega Drive, precisando ser acoplado no console para funcionar. Para se conectar ao console, se utiliza a porta de expansão do mesmo. Antes se pensava que essa porta iria servir para o Mega Drive Floppy Disc, uma série de periféricos que praticamente transformariam o Mega Drive em um computador, entretanto, os periféricos nunca foram produzidos e a porta de expansão seguiu inútil até então. Além de servir para rodar os jogos lançados no formato de CD, também adiciona funcionalidades extras ao hardware, como uma CPU mais rápida e melhoramentos gráficos. Também é compatível com CDs de áudio e a mídia de CD+G.
Variações
Foram lançadas diversas variações do periférico, das quais apenas 3 foram produzidas pela Sega, aqui segue a lista de algumas delas:
- Sega CD (modelo original): lançado pela Sega Custando mais caro que o próprio console, esse modelo sequer chegou nas terras brasileiras por meios oficiais. O Mega Drive se acopla em cima dele. Foi desenhado pensando na versão original do console, embora funcione com as outras versões. Tem uma gaveta para o disco.
- Sega CD (segundo modelo): Lançado pela Sega. A variação econômica do Sega CD, Foi lançada pela Tec Toy no Brasil. Diferente da primeira versão tem uma bandeja para o disco ao invés de gaveta. Se conecta ao Mega Drive lateralmente, acompanhava uma peça de metal com parafusos para sustentar também o Mega Drive antigo.
- Sega CDX (Multi-Mega CDX no Brasil): Também lançado pela Sega. Versão que unia o Mega Drive e o Sega CD em um único aparelho, e ainda de quebra tornava ele em um discman portátil. Também lançado pela Tec Toy no Brasil
- Wondermega (modelo RG-M1): Lançado em 92 no japão, possui um chip adicional para melhoria de áudio, saídas MIDI e de áudio/vídeo, entrada para microfone, embora não tenha suporte ao 32X. A Sega chegou a lançar sua própria versão do Wondermega no Japão.
- CSD-GM1: Lando pela Aiwa em 94, é mini-system que além de funções comuns de música como CD, fitas cassete e rádio, também toca discos do Mega CD e cartuchos do Mega Drive.
Jogos
Sua biblioteca tem por volta de 200 jogos, fazendo parte dela vários ports de jogos do Mega Drive, alguns jogos inéditos, e seis jogos que precisam de outro periférico do Mega Drive, o 32X, sendo usado em conjunto para funcionar. O grande diferencial desses jogos para época eram suas animações bem feitas e a utilização de vozes e músicas a nível real, bem diferentes do que se estava acostumado. Entre seus jogos mais famosos estão, Night Trap, Sonic CD, Silpheed, Lunar: Eternal Blue, Snatcher, Popful Mail e Sewer Shark.
Os jogos que precisavam do 32X:
- Corpse Killer
- Night Trap
- Fahrenheit
- Slam City
- Supreme Warrior
- Surgical Strike
Os FMVs
O Sega CD é famoso por ter tornado mais conhecido um sub-gênero de jogo chamado FMV(Full Motion Video). Esse gênero consiste em uma jogabilidade de um filme interativo, onde o jogador assiste a cenas e interage com elas. A cenas eram feitas algumas vezes através de animações, mas também foram feitos diversos jogos que utilizavam gravações de atores reais. Um grande problema do FMV de gravação, é que por conta da qualidade não ser completamente suportada pelo periférico, existiam muitos pixels estourados na tela, o que incomodou muitos jogadores. O FMV embora tenha seus nicho de consumidores, foi rejeitado por boa parte do público do Mega Drive, com exceção de alguns poucos títulos.
Night Trap e o ESRB
No final de 93 o Congresso do Estado Unidos abriu audiências para discutir a violência nos vídeo-games e o marketing de jogos violentos para crianças, e um dos jogos que foram o centro dessa polêmica foi o Night Trap do Sega CD. Na época, era considerado que a idade média do público de jogadores de vídeo-games era de seta a doze anos, e não possuíam um sistema de classificação etária para os jogadores. A polêmica acabou por ser boa para a Sega por conta da imagem mais adulta que ela estava construindo, que foi reforçada neste episódio. Mesmo experienciando um aumento nas vendas a Sega acabou por fazer um recall das unidade do Night Trap e só o lançou de novo em 94 revisado, censurado e com classificação etária. Depois do fechamento das audiências, desenvolvedores de jogos se juntaram para estabelecer um sistema de ratificação etária a pedido de um senador, esse sistema eventualmente se materializou na forma do Entertainment Software Rating Board, sistema usado nos Estados Unidos para classificação etária dos jogos.
Mercado
Muito potente, o Sega CD contava com a faca de dois gumes da novidade e inexperiência. Por ser uma novidade atraiu o público, por conta da inexperiência não conseguiu aproveitar completamente as capacidades da nova mídia e periférico. A mídia de CD deixou os desenvolvedores sem saber o que fazer com tanto espaço, visto que a mídia de cartucho só deixava armazenar apenas 8mb e a de CD armazenava até 520mb. Como defeitos, podemos citar seu preço exorbitante, vários ports mal feitos do Mega Drive para o Sega CD, os quais apenas adicionam animações e/ou novas cenas ao jogo, e a falta de uma quantidade maior de jogos de qualidade. As opiniões acerca do Sega CD se dividem entre os que o acharam um fracasso, os que o vem com respeito, mas sem empolgação, e uma minoria o vê como um console decente, com poucos bons jogos, mas que valem o investimento. Em 93 a Sega passa a trabalhar internamente no que seria o Sega Saturn e passa a não aceitar propostas de desenvolvimento para o Sega CD. Em 95 a Sega passa a voltar sua atenção para o Sega Saturn, descontinuando o periférico em 96.
No Brasil
Demorou bastante para chegar, sendo lançado em 1993 no Brasil pela Tec Toy, mesma empresa responsável por lançar ou outros periféricos e consoles da Sega por aqui. Sua versão original não chegou ao Brasil oficialmente, entretanto sua variação econômica que foi lançada. Inicialmente, acompanhava o jogo Sewer Shark e depois foram aparecendo outros jogos os quais acompanhavam na compra do periférico. Mais tarde a Tec Toy também lançaria a variação que unia o Mega Drive e o Sega CD em um único console sob o nome de Multi Mega CDX, que além das funções básicas, também servia de discman. No Brasil, o Sega CD, junto a outros periféricos, garantiu a superioridade do Mega Drive sobre os outros consoles disponíveis com exceção do Super Nintendo, com o qual se tornou muito popular.
Ficha Técnica
Geração: Quarta
Fabricante: Tec Toy
Origem: Brasil
Lançamento: 1993
Mídia: CD-ROM, CD-G
CPU: Motorola 68000
Referências
memória Bit
Wikipedia
Game Hall
Proper Wind
Atualiazado em 01/05/2017 por Daniel Gularte
Lembro de passar em uma locadora e ali ver o que mudaria a vida de muitos brasileiros…Um video game sendo rodado pelo a mídia de CD…Cara, fiquei alucinado vendo pessoas jogando e ouvindo música pelo o video game…mas o que eu vi foi o primeirão antes do Sega cd, sim foi o Mega cd rodando Earnest Evans e alguns clássicos da época…só aquela apresentação do mega cd rodando o nome SEga nas nuvens já me deixava louco… Era a tecnologia crescendo e a nintendo ficando para trás…Bons tempos!!!! joguei no Sega CD mesmo nos anos 2000…sim muito tempo depois peguei emprestado de um amigo e fui detonar clássicos e até ouvi música!!!! saudades