Sumário
Introdução
A série Castlevania, iniciada na segunda geração de consoles com o NES, sempre foi considerada uma saga clássica na história dos videogames. Nela, é narrada a batalha da humanidade contra as forças das trevas, lideradas pelo conde Drácula. Essa batalha, em sua maioria liderada pelo clã Belmont, sempre acontece dentro do castelo amaldiçoado do conde, que torna a aparecer sempre que a humanidade está passando por tempos difíceis. Dentro do castelo, o jogador deverá enfrentar uma legião de monstros até derrotar Drácula. Pela legião de fãs que conquistou desde o primeiro título, um lançamento da série Castlevania sempre mereceu uma atenção mais dedicada.
Em 1997 foi lançado para o Playstation o jogo Castlevania: Symphony of The Night, primeiro jogo dá série a ser lançado para um console da quinta geração. E , acima de tudo, foi um marco na série Castlevania, pois apresentou um estilo de jogo de plataforma 2D com alguns elementos de RPG. Essa versão do jogo faz sucesso com vários jogadores até hoje, recebendo várias outras versões para outros consoles, a mais recente para o PSP, portátil da Sony, como extra no jogo Castlevania: The Dracula X Chronicles.
Um fato curioso, entretanto, é que cada versão tem sua particularidade. E, além de realizar uma análise técnica do jogo, esse artigo terá como objetivo discerninr as diferenças entre cada uma das versões. Quem é fã de carteirinha de Castlevania sabe da importância deste jogo não somente para a franquia, mas para a época, principalmente para o Playstation, que fazia da variedade de jogos seu carro chefe. A Konami, que já tinha bons títulos como o famosíssimo Metal Gear, fincava mais um robusto pilar na seleta tribuna de produtoras de sucesso.
Enredo
Castlevania: Symphony of The Night é uma continuação direta do jogo Castlevania: Rondo of Blood, lançado apenas para PC-Engine japoneses (e recentemente para PSP). Nesse primeiro jogo, era apresentada a batalha de Richter Belmont contra o conde das trevas, que havia sequetrado algumas pessoas da vila, entre elas a namorada de Richter, Annete Renard, e sua cunhada, Maria. Richter, em posessão do chicote Vampire Killer, invade o castelo para derrotar o padre Shaft, que foi o responsável pela reencarnação de Drácula, e o próprio conde Drácula, em uma batalha que definiria o futuro da humanidade. Ao final da batalha, Richter vence seus inimigos e resgata as pessoas sequestradas. Esse é um jogo extremamente raro de se encontrar e são poucos os fãs que conseguem experimentar essa aventura. Vale ressaltar que o jogo Castlevania: Dracula X do Super Nintendo é apenas uma adaptação de Rondo of Blood, não sendo, portanto, o mesmo jogo.
Todavia, quatro anos depois da batalha, Richter Belmont simplesmente desaparece, e a vila passa a ser novamente ameaçada por monstros. Para piorar a situação, algum tempo depois do desaparecimento de Richter, Castlevania, o castelo amaldiçoado do conde Drácula ressurge, trazendo horror aos habitantes da Transilvânia.
Eis que, com esse desequilíbrio de forças na batalha entre o bem e o mal, ressurge Alucard, filho de Drácula com uma humana e uma força em potencial contra as forças do mal, que já havia ajudado Trevor Belmont à derrotar seu pai em uma de suas aparições passadas (aventura narrada em Castlevania: Dracula’s Curse do Nintendinho). Ao saber do ressurgimento de Castlevania, desperta do seu sono auto-induzido e decide por um fim no pai de uma vez por todas, marchando em direção ao castelo. Ao mesmo tempo, Maria Renard decide entrar no castelo mais uma vez para investigar o desaparecimento de Richter. E assim inicia-se o capítulo Symphony of The Night.
Novas Possibilidades
Esse capítulo foi um divisor de águas na série por introduzir vários novos elementos ao jogo. Das mais importantes mudanças, destaca-se o sistema de exploração do castelo, que deixava de ser linear (no velho esquema de movimentação horizontal unilateral) para introduzir um sistema livre de exploração, onde o jogador avançaria pelo castelo, que era dividido em áreas, e retornaria para explorar novas seções do castelo de acordo com as novas habilidades que ganhasse (um artifício muito bem explorado em Super Metroid, conforme nosso artigo sobre o jogo).
Outra alteração importante foi quanto ao sistema de evolução do personagem, que agora recebia elementos de jogos de RPG, como evolução por níveis, mudança de equipamentos e relíquias que adicionavam novas habilidades a Alucard. Essas novas mudanças fizeram tanto sucesso que até hoje são utilizadas nos jogos da série, sendo poucas as alterações feitas no sistema apresentado por Symphony of The Night.
Também foram incluídas armas diferentes do tradicional chicote Vampire Killer, a única arma em posse dos humanos capaz de derrotar Drácula. Como o chicote havia desaparecido junto com Richter, Alucard se utilizava de armas como espadas, facas, luvas de combate, entre várias outras. Algumas delas eram adquiridas depois do combate com certos inimigos, que deixavam cair itens importantes ao serem derrotados (vulgo “dropavam”, na linguagem coloquial de jogadores ). Outras eram encontradas pelo jogador de acordo com o seu progresso, em determinados pontos do castelo.
Outra novidade era o sistema de magias. Alucard, como filho de Drácula, também conseguia utilizar magias como seu pai. Essas magias, entretanto, não eram reveldas ao jogador no início do jogo, cabendo ao jogador descobrir o comando. Uma vez utilizada a magia, ela entraria em uma lista de magias utilizadas, onde o comando apareceria, dando ao jogador a possibilidade de treinar o movimento para executar a magia com perfeição. Dentre as várias magias do jogo, destacam-se “Hell Fire”, onde Alucard soltava bolas de fogo da capa, mesma magia utilizada por Drácula em alguns jogos da série, “Soul Steal”, onde cada inimigo da tela recebia dano, e cada dano causado era revertido em pontos de vida para Alucard, e as três metamorfoses, onde ele podia virar um vampiro completo (com a magia Dark Metamorphosis), um lobo (com a relíquia Soul of Wolf) e em um morcego (com a relíquia Soul of Bat).
Versões Diferentes
Um dos pontos mais curiosos do jogo são as diferentes roupagens que este recebeu ao longo das versões. Antes de mais nada, Castlevania: Symphony of The Night utiliza os mesmos gráficos apresentados em Rondo of Blood e também em Drácula X para o Super Nintendo.
Apesar de histórias diferentes, a economia em conceito foi fundamental para expandir a franquia com menores custos. Cabe dizer que as mudanças tecnológicas permitiram que as mudanças entre as versões fossem compatíveis aos mecanismos de armazenamento e processamentos dos consoles, e portanto não são alterações intencionais.
Versões Americana x Japonesa (Playstation)
Dois familiares foram retirados na versão americana. São eles o “Nose Devil” e a “Sprite”. Devido a remoção desses familiares, alguns itens que o jogador encontra de acordo com seu progresso do jogo foram reposicionados pelo castelo. Outras diferenças eram uma história em mangá e entrevistas com os dubladores dos personagens.
A versão americana não recebeu nenhum desses pontos, mas foi incluído uma opção de “Sound Test”, onde o jogador poderia ouvir a trilha sonora do jogo.
Versões Playstation x Sega Saturn
Uma das maiores diferenças entre essas versões é a inclusão de Maria Renard como personagem totalmente jogável na versão do Sega Saturn: antes de iniciar o jogo, o usuário poderia escolher entre Maria, Alucard e Richter Belmont. Foram incluídas várias outras armas para Alucard, dentre elas uma lança e um machado, que, antigamente, era apenas uma sub-arma. Os sprites de Richter foram redesenhados, baseados nos modelos originais da desenhista original Ayami Kojima. Algumas das músicas são remixes de clássicos da série Castlevania quando se joga com Maria ou Richter, como
as músicas Bloody Tears e Vampire Killer. Também foram adicionadas duas novas áreas no castelo, chamadas “Cursed Prison” e “The Underground Garden”. Nessa segunda foi inserido um novo chefe, o Skeleton King. Outras alterações menores foram realizadas, como a tempo de jogo ser contado a partir do relógio interno do Sega Saturn, ao invés de contar a partir da quantidade de horas jogadas. Isto prova que o Saturn era um poderoso console, capaz de processar melhor informações compactadas em um CD. Já o Playstation precisava das informações descompactadas, para poder processar melhor os dados, e para isso, seus jogos sofriam cortes fortes.
A versão para Playstation, porém, apresenta “loading times” mais curtos que a versão do Sega Saturn. Os efeitos de névoa e transparência também são mais bem-feitos no console da Sony. Esses pontos fizeram com que, no quesito “qualidade gráfica”, a versão do console da Sony fosse considerada melhor que a versão para o console da SEGA, já que o processador 3D dedicado não foi bem aproveitado no Saturn. Justificável: era uma plataforma difícil de se programar.
Versão Clássica x Versão XBOX 360
Em 2007, Symphony of The Night foi lançado para XBOX 360 via XBLA. A versão, que é um porte de PlayStation, possui uma atualização que altera a música-tema dos créditos do jogo de “I am the wind” do jogo original por “Admiration Towards the Clan” tema do capítulo Lament of Innocence. Outros patchs também foram lançados, e bugs foram corrigidos, como a inclusão do inimigo Vandal Sword, que havia sido removido da primeira versão do porte.
A novidade da versão foi a inclusão do sistema de Achievements no jogo, que é algo exclusivo dos jogos de XBOX 360. Nesse sistema, o jogador deverá cumprir desafios para ganhar pontos de reputação, que aumentam seus status na comunidade online do console, a XBOX Live!. Dentre esses desafios, está em conseguir explorar 200.6% da área total do castelo, derrotar certo chefes e adquirir determinados itens e habilidades.
Versão Clássica x Versão PSP (Castlevania: The Dracula X Chronicles)
Symphony of The Night foi lançado como jogo destravável em The Dracula X Chronicles para PSP. Dentre as mudanças dessa versão, Maria Renard volta como personagem jogável e como chefe. Porém, diferente da versão do Sega Saturn, Maria ataca utilizando uma coruja, e não bolas de magia. Essa modificação foi feita em detrimento da aparição de Maria em Rondo of Blood, onde seus ataques foram mantidos como os do jogo original. Juntamente com Maria, os dois familiares da versão japonesa de PlayStation foram incluídos, sendo chamados de N-demon e Fairy.
Uma das maiores novidades dessa versão foi a nova adaptação e gravação das falas dos personangens. Alguns inimigos não tiveram suas falas modificadas da versão japonesa, como o Axe Lord e a Medusa.
Música
Mesmo não sendo o primeiro título da Konami a ter músicas em qualidade de CD, evitando assim os sons sintetizados, Symphony of The Night é considerada uma das melhores trilhas sonoras dos videogames. Graças a vários talentos de vários compostiroes, como o de Michiru Yamane, o mercado musical de jogos iniciou um processo de design de som diferente.
Agora, os jogos também deveriam se preocupar com a música do jogo. O resultado dessa nova forma de trabalho gerou vários títulos que utilizam até orquestras filarmônicas para tocar interlúdios e “ingames”, que fazem sucesso mundial. Alguns exemplos são as séries God of War, Final Fantasy, dentre muitas outras.
Confira agora a trilha sonora de Symphony of The Night clicando nos links abaixo:
Curiosidades
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Quem é fã do título sabe que qualquer coisa nova conta como porcentagem, incluindo bugs. Para conseguir a maior porcentagem possível, o jogador deverá encontrar alguns bugs que o permitirão sair do castelo e cobrir novas áreas.
- Depois que o jogo for finalizado, existe uma possibilidade de jogar com Richter Belmont (na versão PlayStation) e até com Alucard utilizando uma armadura medieval equipada com um machado.
- Considerada por muitos jogadores a melhor arma do jogo, a espada Crissaegrim é um dos itens mais difíceis de ser obtido. Para conseguí-la, o jogador precisa derrotar o inimigo Ctulhu, localizado na biblioteca do segundo castelo. Todavia, a chance para que o inimigo deixe cair tal arma é bastante reduzida.
- Uma das armas utilizadas por Alucard, a Rune Sword, tem um efeito bastante peculiar: ao golpear com a espada, ela deixa um rastro na tela, onde se pode ler a palavra “Verboten” (“Proibido”, em alemão). O motivo para tal efeito ainda não foi esclarecido pela equipe de design do jogo.
- A batalha do prólogo do jogo entre Richter Belmont e Drácula (que é a batalha final de Castlevania: Rondo of Blood) pode determinar os valores inicias de atributos de Alucard. Para obter a melhor pontuação, o jogador deve derrotar Drácula sem utilizar magias e sem acionar a ajuda de Maria. Outra curiosidade é a diferença no nome do prólogo: na versão Americana ele se chama Bloodlines, e na japonesa se chama Rondo of Blood. Isso acontece devido ao predecessor de Symphony of The Night não ter sido lançado oficialmente nos Estados Unidos naquela época.
- Se colocado o CD da versão de PlaySation em um aparelho reprodutor de CDs de áudio, aparecerá duas faixas. Na primeira faixa, não é possível escutar nada. Porém, na segunda faixa, é possível escutar Alucard explicando o porque de alguns cd’s de PlayStation apresentarem faixas de reprodução, mesmo sem reproduzir nada, como a primeira faixa do próprio jogo. Depois da explicação, é possível ouvir uma música exclusiva. Nesse artigo, tanto a explicação quanto a música podem ser ouvidos na seção “Trilha sonora”.
- Até hoje, os fãs mais assíduos da série clamam por um novo jogo com Alucard como protagonista. Para amansar esse ímpeto dos fãs, pelo menos até um novo jogo, ele foi incluído como personagem jogável em Castlevania: Dawn of Sorrow, para Nintendo DS. Infelizmente, devido a limitação de espaço, o personagem não está completo, e os fãs continuam insaciados até hoje.
Ficha Técnica
Designers: Toru Hagihara, Koji Igarashi
Compositor: Michiru Yamane
Taxonomia: 2D/Plataforma/RPG
Jogadores: 1
Mídia: CD, UMD
Controles: joystick
Referências
- Wikipedia
- GameFaqs
Atualiazado em 31/12/2015 por Daniel Gularte
atualmente estou jogando esse clássico,,,, infelizmente estou sem tempo,,,mas é muito bom rever e jogar castlevania em todas as suas gerações e aventuras…bons tempos!
Sem dúvidas, é um game produzido com muito bom gosto! Enredo, gráficos, músicas, jogabilidade nota 10.
Ao contrário de hoje que produtores acham que game tem que ser igual a um filme. A galerinha de hoje não sabe o que ficar uma tarde enfrentando um chefe ”fodão”… Esse tempo era muito bão… Post excelente cara!!! Parabéns…
belíssimo jogo. joguei e ainda jogo, sempre matando saudades… parabéns pelo post!
Sem exagero, esse foi o jogo que marcou minha vida nos games, simplesmente único, uma verdadeira obra de arte, sons, monstros, enredo do jogo tudo ficou perfeito, só de ler esse post me deu vontade de joga-lo novamente, com toda a calma e tempo para poder aproveitar tudo que ele tem a oferecer.
e o melhor jogo que eu joguei pena qe tem esses cortes grotescos
Existem esses dois cenarios “Cursed Prison” e “The Underground Garden” cortados da versão USA p/ PSX na versão JAP? ou na do PSP pelo menos?
abraço!
cara é possivel jogar com a maria no castlevania SoTN que se destrava no dracula x chronicles ? obrigado até mais….
Symphony of the Night is a sequel to Rondo of Blood, which wasn’t reelesad in the West (until 2007.) Richter and Maria were the heroes of that game. In Symphony of the Night, Richter has mysteriously vanished and Maria is looking for him. Dracula’s castle has re-appeared, Alucard wakes up to confront his father again and be the main character. In the castle he encounters Richter who is now brainwashed by the enemy, as well as Maria who is looking for her old friend. Alucard didn’t know these characters before, and the player is supposed to know who they are because of Rondo of Blood which few western players had heard of before 2007.
foto -1 para min errei o nome do jogo :S
Clastlevania shymphony of the night
lol agora acho qe acertei :S
Podemos dizer qe como historia nao tem outro …
Clastlevania shymphony of the nyght e melhor de ps1
literalmente um jogo a ser falado como um dos melhores
esse jogo e o melho de todos os jogos do ps1
Caramba! Excelente post!
Jogo épico esse! Até quem não curte muito o estilo é fã desse capítulo da série Castlevania.
Finalizei a versão japonesa e sabia dessas diferenças entre ela e a americana. O que me deixou espantado foi a versão pra Saturn, que eu nem sabia que existia!
Deu até vontade de jogar de novo! Quando o fizer, voltarei aqui pra postar minhas novas experiências! iaehiueah
Well done! o
Um dos melhores jogos que ja joguei , faz pouco tempo que joguei ele novamente emulando no pc.
Pra quem nunca jogou eu recomendo.
cara…. qual emolador q vc baixou, aonde vc baixou o jogo tbm??
tô loka pra jogar de novo!!!!!!!