Sumário
Introdução
Lançado em época conturbada, onde muito se especulava sobre a transição do 2D para o 3D, “Zelda: Ocarina of Time” é um jogo que viajou no tempo e até hoje ainda recebe críticas e é alvo de discussões, seja de fãs, seja de haters. A primeira versão de “Ocarina of Time” ou “OoT” saiu em 21 de Novembro de 1998 no Japão para o Nintendo 64, logo saindo na America do Norte em 23 de Novembro do mesmo ano e em 11 de Dezembro na Europa, vindo a ser re-lançado em outras plataformas, inclusive para o Virtual Console do Nintendo Wii. O jogo trouxe inovações tecnológicas que seriam utilizadas em futuros jogos, como a câmera de mira travada e os botões de ação sensíveis ao contexto. Além da novidades na interface, que passou do 2D para o 3D, “OoT” combinou elementos de gameplay incluindo dentre os itens um instrumento musical, o que introduziu um papel da música no jogo, não somente como entretenimento, mas como elemento influenciador no progresso da aventura.
A Aventura de “Ocarina of Time” se desenrola no mundo de Hyrule, formado por um grande campo central, que serve de ligação entre as várias áreas específicas, a exemplo do Lago Hylia, as montanhas do Gorons, ou o vilarejo Kakariko.
O Jogo
“Zelda: Ocarina of Time” é um misto de ação/aventura com elementos de RPG e puzzle. O jogador tem o controle do personagem clássico da série, Link, onde irá interagir no ambiente totalmente tridimensional. Inicialmente munido apenas de uma espada e um escudo, ao longo do jogo ele irá encontrar os mais variados itens, como bombas, armas projéteis, magias e itens “inúteis”. Estes últimos não têm utilidade alguma para o herói, mas são essenciais para uma side-quest que necessita trocar itens, uns por outros e no final receber a recompensa: a maior arma do jogo, a Biggoron Sword. As novidades implementadas na jogabilidade foram, na verdade, necessárias frente à nova perspectiva do jogo, em 3D.
A primeira, o “Z-targeting”, trata-se de um recurso onde o jogador segura um botão-gatilho, no caso do N64, para travar a câmera em inimigos, itens ou pessoas e assim manter o herói sempre de frente para o alvo, facilitando o combate, já que também direcionava automaticamente o lançamento de quaisquer projéteis.
A segunda novidade, os botões de ação sensíveis ao contexto, foi uma inovação no sentido de economizar a atribuição de ações a diversos botões, fazendo com que fossem concentradas num único botão. De maneira prática, se o herói estivesse com a arma em mãos, o botão de ação exibe “Put Away” para guardar a espada na bainha, ou em outras ocasiões, exibindo o texto “Grab” para pegar algum objeto e “Throw” para arremessá-lo, ou “Push” para empurrar um bloco, quando de frente para ele. Este recurso facilitou muito o esquema de controle, liberando outras funções como troca de itens e câmera para outros botões.
O maior chamativo para o título, entretanto, ficou com a manipulação de canções, através do uso do instrumento chamado “Ocarina of Time”. Ao apertar os botões quando a ocarina está em uso, uma nota diferente é emitida para cada um, e se coincidir com as
notas de uma das doze melodias, um efeito mágico é ativado, como abrir portas específicas, mudar o clima ou o período do dia entre manhã e noite, ou teleportar pelos diferentes lugares de Hyrule, dentre outros. Além das canções, outro aspecto interessante é a passagem do tempo, que no jogo caracteriza-se pelas fases de Link criança e Link adulto. Certos locais só são acessíveis e certos itens são proibidos quando criança e enquanto a fase adulta também tem seus privilégios e restrições,sem mencionar side-quests que somente podem ser realizados em uma das duas fases. Um exemplo é a side-quest da montaria de Link, a égua Epona, que deve ser realizada quando criança e obtemdo a canção de Epona, mas somente estará disponível seu uso quando adulto, quando ambos Link e Epona estiverem grandes e esta puder ser cavalgada.
A Trama
O enredo da série Zelda, em todos os seus títulos, gira em torno de uma ameaça ao mundo, aonde o herói Link deve intervir e salvar todo mundo. Não diferente de seus antecessores e sucessores, em “Ocarina of Time” o herói Link está em sua casa na vila dentro da Floresta Deku, quando um pesadelo o faz ser acordado por sua fada companheira, Navi. Eles rumam para a Grande Árvore Deku, aonde escutam que o pesadelo de Link na verdade foi uma visão do futuro que se aproxima. Ele então segue para encontrar-se com a Princesa Zelda, que informa já ter previsto o encontro dos dois em sonhos e visões que tivera sobre o futuro. Ela diz a Link que o rei do povo Gerudo, Ganondorf, está em busca de uma relíquia sagrada que concede ao seu portador todos os ses desejos, a Triforça. Ela pede então para que Link não permita que isso aconteça, e que ele corra em direção aos templos para conseguir chegar primeiro e impedir que o vilão consiga seu objetivo. Link parte então numa aventura que vai levá-lo a todos os cantos de Hyrule, desde as profundezas da floresta, até o topo das montanhas, viajando inclusive pelo tempo e o espaço, com o auxílio da ocarina mágica dada pela própria princesa. Esta dualidade temporal mostra dois momentos distintos: o mundo antes da tomada do poder por Ganondorf e o mundo vítima de sua ganância. A condução de Link pelos templos, em busca de pedras mágicas finda-se no confronto final contra Ganondorf, em uma batalha épica.
Desenvolvimento
Como já vimos, o desenvolvimento de “Zelda: Ocarina of Time” inclui diversas inovações e o transporte da franquia para o ambiente 3D do N64. O desenvolvimento iniciou-se em 2005, e foi realizado em conjunto com “Super Mario64”, inclusive a engine de ambos os jogos é a mesma. o plano inicial era produzir e lançar “Mario 64” junto com o console, e “OoT” seria lançado junto com uma expansão de memória para o N64, o Nintendo N64DD. Entretanto os planos mudaram e a Nintendo optou por lançá-lo no maior cartucho produzido na época, de 32 megabytes.
A direção do título ficou a cargo de Eiji Aonuma e Yoshiaki Koizumi, contando com a produção do lendário Shigeru Miyamoto, com arte de Yusuke Nakano e composições de Koji Kondo. A idéia inicial de Miyamoto era fazer um jogo em primeira pessoa, no intuito de focar mais nos ambientes e nos inimigos. Mas com a introdução de Link criança/adulto, fez-se necessário que o herói estivesse visível, e então optaram pela perspectiva em 3ª pessoa.Mais de 120 pessoas fizeram parte da equipe, inclusive acrobatas, usados para a captura de movimentos.
Outro aspecto desejado por Miyamoto era de que o jogo fosse parecido com um filme, embora diferente. Esta característica refletiu nos controles da câmera, que são amplamente controlados pelo próprio jogo, diferente de seu companheiro de engine, “Mario 64” que tinha muito mais liberdade de controle da câmera. Isso se deu, de acordo com Miyamoto, para que houvesse um foco maior no mundo do jogo, diferente de “Mario 64” que focava no personagem Mario. Além disto, optou-se pelo uso de computação em tempo real para as cenas, ao invés de FMVs (full-motion video). O produto final sofreu ainda alterações em versões diferentes, para se adequar aos diferentes públicos, e também foi lançada uma edição de colecionador com o cartucho dourado, tradição da série. O título também foi lançado como port para um console desconhecido, exclusivo da China, chamado de iQue Player. Futuramente recebeu uma versão especial no Gamecube e lançamento no Virtual Console do Nintendo Wii.
Música
Mantendo a tradição, a trilha sonora de “Zelda: Ocarina of Time” ficou a cargo do compositor Koji Kondo, responsável pelas composições da série desde o primeiro jogo. Tanto os personagens, como os os locais de Hyrule receberam atenção musical, tendo suas próprias músicas-tema. Inclusive, ao se aproximar de certos locais, a música faz uma suave transição, apresentando a área que se aproxima, técnica musical conhecida como “Leitmotif”. É bastante comum em jogos, séries e principalmente em novelas brasileiras.
Mas o que há de mais especial na música em “OoT” é o fato desta não apenas servir de pano de fundo, mas ter participação ativa na própria mecânica, como previamente compreendido. O título é inclusive citado como o primeiro jogo não-rítmico, como jogos de dança, a incluir música na jogabilidade. O esquema de controles do joystick do N64 se assemelha com a disposição dos buracos de uma ocarina de verdade, e de fato o jogador precisa aprender a tocar as músicas para completar o jogo. Apesar de existirem somente 5 notas, é possível, através do uso do controle analógico, mexer no tom das notas, permitindo tocar várias músicas já existentes usando apenas o controle e a ocarina dentro do jogo.
A sonoplastia completa de “Ocarina of Time” rendeu uma compilação de 82 faixas. A trilha sonora recebeu diversas críticas positivas, sendo considerada uma das melhores trilhas de videogame de todos os tempos, tendo como única crítica negativa a ausência do tema principal tradicional da série, conforme apontado pela IGN. Confira abaixo, alguns destaques desta memorável obra de Koji Kondo:
Curiosidades
- O título “Zelda: Ocarina of Time” é atualmente o jogo com a posição número 1 do GameRankings e Metacritic, considerado portanto, o melhor jogo de todos os tempos, levando em consideração uma média de todos os seus reviews. Entretanto, na lista do site TopTenReviews figura na posição 75. Apesar da divergência, o jogo recebeu inúmeros elogios em sua época, sendo apontado como um dos jogos mais importantes da história, pela quantidade de implementações que se tornaram padrão na indústria de jogos.
- Curiosamente, o título foi responsável por um aumento significativo da venda de ocarinas, tornando-a um instrumento famoso em todo o mundo. A própria Nintendo, em sua loja oficial em Nova Iorque, vende ocarinas em porcelana estilizadas com base na do jogo.
- Como já fora mencionado, Zelda foi feito em cima da engine de Mario 64.
- O desconhecido iQue Player, um console exclusivo da China, lançado em 2003, que utiliza cartuchos em memória flash, recebeu um port de “Ocarina of Time”, como já mencionado. Este console foi criado pra coibir a pirataria, já que utiliza o sistema de download para aquisição dos jogos.
- Pela internet é possível encontrar “Cifras” ensinando a tocar diversas canções utilizando a ocarina do jogo em específico ou qualquer ocarina comum.
- Foi exibida propaganda brasileira de Zelda: Ocarina of Time na TV ABERTA. Confira o vídeo promocional do título, exibida no SBT:
Comercial brasileiro de “Zelda: Ocarina of Time” (30segs)
Ficha Técnica
Designer: Eiji Aonuma
Compositor: Koji Kondo
Taxonomia: Action/Adventure
Jogadores: 1
Mídia: Cartucho (N64, iQue Player), DVD (GC), Download (Wii Virtual Console)
Controle: Joystick
Vídeo: Abertura e gameplay (10min aprox.)
Referências
- Wikipedia
- Google Imagens
- Galbadia Hotel
Texto original de Felipe Lins
Atualiazado em 20/01/2012 por Daniel Gularte
como fazer o dowload?
eu lembro que tinha um comercial da Mirinda, refrigerante de laranja, sobre Zelda, lol
Melhor RPG de todos os tempos, ícone.
É MITO !
pena que Majoras Mask não teve um enredo tão bom quanto o OOT.
Na época não consegui jogaresse jogo porque eu detestava jogar no controle do 64, até botei a culpa no jogo.
Mas peguei n ovirtual console e a coisa melhorou, peguei também recentemente a trilha sonora orquestrada