Sumário
Introdução
A série “Shining” não possui nem muita atenção, nem muito alarde na mídia mundial. Isso se dá ao fato dela não ter encontrado um foco específico para seus jogos, já que houve mudanças bruscas na jogabilidade (e na própria classificação) entre seus títulos, além da repercussão negativa dos últimos lançamentos, drama similar ao da série Sonic.
Exemplo claro do inicial “Shining in the Darkness”, que é um RPG em primeira pessoa, conhecido como “dungeon-crawler” onde se explora labirintos tridimensionais no reino de Thornwood, com uma perspectiva geral similar às batalhas da série Dragon Quest, enquanto o jogo seguinte da inaugurada série é “Shining Force: The Legacy of Great Intention”, um RPG tático com um pouco da exploração tradicional ao gênero RPG, e mais à frente “Shining Soul” e “Shining Force Neo” que são jogos de ação-rpg.
Neste contexto, surge no console da SEGA o considerado melhor jogo da série, e rivalizando somente com “Phastasy Star 4” pelo título de melhor RPG do sistema: “Shining Force II: The Ancient Seal”.
O Jogo
“Shining Force II” é o terceiro jogo e o segundo RPG tático da série, desenvolvido pela Sonic! Software Planning em 1994. Apesar do nome comum, o título não é continuação direta do “Shining Force” original, embora existam outros jogos da franquia que trazem os universos para uma área comum, criando certos pontos de ligação.
A grande diferença entre o primeiro jogo e “Shining Force II” é a liberdade. Em “Shining Force”, a narrativa se desenrola em capítulos, e passada uma etapa, não é possível retornar, ou seja, a experiência é totalmente linear. Já nesta segunda versão, optou-se por uma imensa expansão do mundo, bem como da história e, por que não dizer, do jogo por completo.
Fora este aspecto, os outros preexistentes no primeiro título foram todos amplamente melhorados. Os gráficos receberam um retocado capricho, figurando entre os melhores gráficos do console. A trilha sonora também foi variada e ampliada, apesar de ainda seguir a mesma linha de qualidade. O sistema de magias mudou pouco, mas o esquema de itens foi significativamente melhorado, permitindo ao grupo todo portar itens (e não mais somente o principal).
“Shining Force II” como um jogo de RPG tático se caracteriza por dois pontos: exploração e batalhas. Nestes pontos é possível constatar dois aspectos importantes para a indústria futura. O primeiro se refere ao sistema de grids da batalha, semelhante à série da concorrente “Fire Emblem”, com movimentação similar ao xadrez, alternado entre o jogador e os inimigos controlados pelo computador. Contudo, em “Fire Emblem” cada turno os “peões” são movidos, atacam, se houver alvo ao alcance, e ao fim da ação de todos encerra-se o turno, passando a vez para o oponente. As batalhas são simultâneas, e sempre há um ataque e respectivo contra-ataque.
Já em “Shining Force II” (e também no seu antecessor), cada personagem tem seu próprio valor de agilidade, que define sua vez de ação. No seu turno, ele dispõe de um valor de movimentação em quadrados, determinando sua capacidade de movimento (similar ao concorrente), além de poder atacar, usar itens e magias bem mais complexas. Entretanto a batalha não é simultânea, em seu turno apenas o personagem ataca, sem levar contra-ataque obrigatório. Existem chances, em porcentagens mínimas, de que aconteçam variantes, como ataque dobrado, contra-ataque, erro de ataque, ou acertos críticos para ambos os lados. Este aspecto de batalha, comum a ambos os jogos, está presente em dezenas de jogos do estilo supervenientes, como os famosos “Final Fantasy Tactics” e “Tactics Ogre”.
O segundo aspecto refere-se à exploração similar ao RPG tradicional. Os jogos do gênero rpg-tático são conhecidos por terem uma exploraçãolimitada ou inexistente, como ocorre no já citado “Final Fantasy Tactics”, onde as cidades são pontos no mapa, e são exploradas através de menu com locais e opções específicas. Entretanto, “Shining Force II” é um dos únicos RPG-táticos em que há uma efetiva exploração. Como acontece em jogos de RPG clássico, é possível caminhar pelo mapa-múndi, entrar nas cidades fisicamente, nas casas, cavernas e demais cenários, podendo o jogador interagir com baús, barris e vasos, dentre outros, e também com as pessoas, conversando, comprando ou vendendo. Este aspecto ficou como destaque, pois a maioria dos jogos do gênero não inclui esse tipo de exploração, focando somente a batalha, como por exemplo, “Disgaea” e os jogos acima referidos.
Durante a aventura de “Shining Force II”, o jogador irá encontrar diversos personagens que irão compor o exército, além de locais e itens secretos. Existem muitos detalhes que são complicados de deduzir ou encontrar, como itens escondidos em pontos nas paredes. É certo que é impossível pegar tudo se um passo a passo não for utilizado. Seguindo o esquema anterior, os personagens vão subindo de nível e, ao atingir o nível 20, é possível ser promovido para outra classe, na maioria das vezes mudando a estética do personagem na hora do combate, bem como a força.
Os segredos do jogo incluem itens especiais, como os Mithrils e os itens de promoção. Os primeiros servem pra produzir as armas mais fortes do jogo, enquanto os segundos são itens que devem ser usados durante a promoção para mudar a classe do personagem para outra mais forte. É o caso do personagem Kazin, Sarah, Chester e Jaha, personagens adquiridos no começo que possuem classes especiais secretas alcançadas com estes itens específicos.
A História
A história de “Shining Force II” começa com um prólogo, que se passa durante a tela de apresentação, após alguns segundos sem intervenção do jogador. Um homem-rato ladino, junto com dois colegas de profissão, consegue invadir um templo sagrado, à procura das duas belíssimas pedras preciosas conhecidas como Jóias da Luz e do Mal. Ele fica maravilhado com o tesouro quando o encontra. Enquanto isso, no castelo, o Rei Granseal (que é a junção das palavras Grand Seal, ou Grande Selo) conversa com seu ministro, pois um sentimento ruim o perturba. O vento sopra forte, deixando claro que algo está errado.
No templo, Slade, o rato ladrão, tenta com seus colegas remover as jóias do local onde estão incrustadas. Ambos falham em tentar puxar as jóias individualmente, quando Slade tem a idéia de puxar as duas ao mesmo tempo. Ele conta até três e puxa com força, até mais do que necessária, se desequilibrando e caindo, com ambas as jóias em mãos. Um terremoto abala o lugar, e os três fogem. De volta ao castelo, raios e trovões ecoam, e o vento forte apaga todas as luzes do Castelo. O rei conversa com o ministro, quando um soldado esbaforido chega para avisar que a Torre dos Antigos está ruindo. O rei duvida de início, pois a torre é à prova de qualquer catástrofe, e o guarda completa que a Porta Selada foi aberta.
O ministro sai junto com ele para averiguar a situação, e o rei fica a sós, com a impressão de estar sendo observado. E realmente está sendo observado. Uma figura sinistra entra em seus aposentos e lança-lhe um feitiço, derrubando. Em seguida o jogador é levado para a tela de abertura, onde uma bruxa conta-lhe sobre um conto complicado que o jogador precisará ajudar a desvendar. Ela então pergunta o seu nome (padrão é Bowie, se nada for inserido) e pergunta-lhe o nível de dificuldade que deseja enfrentar. Começa então a aventura.
O personagem principal dirige-se à escola, onde o grande mago e tutor Sir Astral ensina os primeiros passos para se tornar um guerreiro. Um guarda vem chamá-lo ao castelo para ver o rei e ele pede licença, saindo em direção ao castelo. Os amigos do personagem puxam papo e demonstram curiosidade, combinando de ir ao castelo e descobrir o que está havendo.
No desenrolar do jogo, o personagem irá descobrir o que aconteceu de verdade e partirá em uma busca para tentar salvar o mundo de um mal que foi libertado, revelando-se o herói escolhido para salvar o mundo. Clichê, porém facilmente superado pelo nível de carisma, bem como a arte do jogo, que cativa fácil e tem um estilo próprio, meio oriental, meio ocidental.
- Assista a Introdução do jogo (com comentários)
Música e Efeitos
A composição sonora de “Shining Force II” é de autoria de Motoaki Takenouchi. A trilha do RPG desempenha bem sua função, não sendo nenhum marco significativo, mas não é ruim de forma alguma. A trilha no geral não é bem variada, e os temas de batalha são bastante repetitivos, até porque as batalhas tomam muito tempo do jogo, não por serem repetidas, mas por serem extensas. Apenas 2 ou 3 batalhas podem ser repetidas, o restante é único no quesito disposição de personagens e desafio, mas não suas trilhas sonoras. Mais recente, o compositor regravou as músicas da trilha em um CD sinfônico. Confira faixas da trilha original, bem como algumas das canções da compilação sinfônica.
Curiosidades
- “Shining Force II” tem cheats ativados por combinação de botões, na tela inicial. Bem como na escolha do nome do personagem. Quando realizado, o cheat da tela de abertura permite acessar um menu de configuração, onde o jogador pode deixar a batalha no automático, aumentar a velocidade do jogo, habilitar o controle dos inimigos ou habilitar o status de jogo completo, permitindo escolher novas dificuldades e também mudar o nome dos jogadores.
- No final do jogo, após os créditos e a palavra “Fin”, aguarde por volta de 5 minutos até a frase “And more…” aparecer, e pressione C para entrar numa última batalha secreta contra quase todos os chefes do jogo, num cenário em forma de Sonic.
- “Shining Force II” ocupa atualmente a posição de 48º no ranking dos 100 melhores jogos de todos os tempos da IGN.
- A versão que conhecemos de Shining Force II, bem como outros jogos da série, possui vários erros de tradução do original japonês. Por exemplo, os nomes dos três demônios Dark Sol, Dark Dragon e Zeon, são na verdade Darksol, Lúcifer e Zeon. Esse erro mexe não só com “Shining Force II”, como também com “Shining Force I” e “Shining in the Darkness”, pois faz uma verdadeira confusão na história que norteia a ligação entre os três jogos, bem como outros títulos da série.
- O capixaba Renato Bittencourt, usando o título de Aliança Visual Arts, está desenvolvendo um remake não oficial de “Shining Force II” para o Nintendo DS. Fotos, vídeos e informações do projeto estão espalhados pela internet.
- O grupo Sonic Software Planning se tornou Camelot Software Planning e é responsável por outros jogos de peso, como: Hot Shots Golf, Mario Tennis e Golden Sun.
- O personagem Sir Astral é ou não é baseado em Gandalf, assim como as pedras Mithril advindas do clássico de JRR Tolkien?
Ficha Técnica
Desenvolvedor: Sonic Software Planning
Compositor: Motoaki Takenouchi
Taxonomia: RPG Tático
Jogadores: 1
Mídia: Cartucho
Controles: Joystick
Referências
- Wikipédia (info)
- Google Imagens (screenshots)
- Shining Force Central (galeria)
- Galbadia Hotel (músicas)
Atualiazado em 05/02/2010 por Daniel Gularte
terminei de jogar Shining Force, estou no Shining Force II, so que eu nao consigo jogar com os outros personagens, tipo eu nao sei trocar o arqueiro pelo mage que esta no castelo, Shining Force II e 100% mais dificil.
Marcio,,
Só mais na frente que vc vai ter um “bixo” te acompanhando, ele e tipo uma maquina que te acompanha a da para você colocar as coisas nele e trocar os hero.
Para o Edmar:
É quase impossível você não terminá-lo num portátil! Eu mesmo já finalizei 2x em emulador, uma no NGage que eu tinha, tenho tbm no PSP e sempre gosto de começar de novo. Jogo épico e saudoso! Bojogá!
Esse jogo é muito bom!
Mas nunca consigo terminá-lo. Já comecei várias vezes. Vamos ver se agora que tenho ele no PSP eu consigo jogar nos tempos livres.
Vale a pena!
Não sei se é porque conheço poucos jogos, mas o gráfico e o tipo de jogabilidade me lembraram bastante Pokémon uauhuahuuah Só que ao invés de se tornar um real guerreiro, o Ash só quer se tornar um mestre pokémon e ao invés de amigos para compor o exército, pokémons. Não sei, mas RPG’s assim não me atraem muito. Apesar de que, com essa sinopse, deu até vontade de jogar! Mto bem escrita, parabéns!