Sumário
Introdução
Lançado no final de 2007 como um tiro no escuro pela Ubisoft, “Assassin’s Creed” tornou-se um sucesso de vendas sendo um jogo indispensável para sua geração. Numa história bem exótica e indo contra os jogos de sua época, “Assassin’s Creed” ambienta sua história longe das cidades modernas e futuristas, misturando diversos elementos em um jogo só, acompanhe Altair, um exímio assassino em sua jornada situada na época das cruzadas. Num jogo onde a beleza gráfica e a história envolvente competem com inúmeros bugs e muita repetição.
A complexa história de Assassin’s Creed
Altair, um mestre nas artes do assassinato que viveu nos tempos da terceira cruzada, deve conseguir sua aceitação de volta logo após compromenter a sua irmandade. Rebaixado a menor casta dos assassinos, Altair deve cometer 8 assassinatos para obter redenção. Para tanto, explorará o vasto oriente médio, numa história cheia de conspiração, aventura e mistério.
Logo no início do jogo, você é supreendido por uma grande sacada do enredo: a trama na verdade se passa em 2012 e não na Idade Medieval, como muitos jogadores acreditavam, pelos vídeos e imagens liberados à época de seu lançamento. Apesar de Altair ser o personagem principal do jogo, você controla na verdade Desmond, um barman, que se encontra preso em um laboratorio “hi-tech”, pertencente às empresas Abstergo. Lá ele descobre que é descendente de Altaïr Ibn La-Ahad, membro de um grupo de assassinos em 1911. No laboratório, Desmond é conduzido em um experimento genético capaz de ler memórias a partir do DNA, com a ajuda de um super computador chamado Animus.
Animus é capaz de emular as memórias dos ancestrais de Desmond, ou seja, todo o jogo é praticamente uma simulação das memórias de Altair na mente de seu descendente. No inicio, Desmond tem dificuldade para sincronizar as memórias de Altair, mas com o passar do tempo, essa sincronia vai melhorando e habilitando novos movimentos e novos locais, outrora inacessíveis.
O doutor Vidic, reponsável pelo experimento, necessita de uma lembrança específica de Altair, mas tal lembrança se encontra bloqueada por um fator ainda desconhecido, daí então a necessidade de Desmond reviver cada lembrança de Altair, de modo que ele consiga chegar ao momento exato aonde a lembrança corrompida se encontra.
Animus e a estética do jogo
O Animus contribui para a criação de um forte uso da diegese no jogo, pois todo ambiente que o jogador vê quando está no controle de Altair, é realmente parte da realidade do jogo: os menus, barra de energia e mapas são a própria interface da Animus. O computador também usa suas memórias para criar um mapa de acordo com cada informação obtida. Um fator também bastante interessante é que nossa energia na verdade é nosso nivel de sincronização com o computador, ou seja, quando você morre quer dizer que você se dessincronizou com a mémoria real de Altair. Também é constante você ler menssagens da Inteligência Virtual do Animus reinicializando e sincronizando memórias, tornando o universo do jogo bem mais crível e envolvente.
A jogabilidade
“Assassin’s Creed” mescla espionagem (similar à “Metal Gear Solid”), ação e aventura. Na pele de Altair você deve cumprir diversas missões sendo as de assassinato as principais, bem como outras secundárias, tais como salvar moradores, roubar espiões e mesageiros para coletar informações, conseguir informações mediante tortura, dentre outras. Todo o controle se baseia nas funções “high-profile” e “low-profile”, que influencia o modo como as pessoas te notam nas cidades. A batalha, apesar de repetitiva, é bastante fluida e interessante em seus pontos iniciais, principalmente quando se usa de contra ataques, para aniquilar os seus inimigos. A movimentação de Altair usa os mesmos conceito da movimentação do Príncipe na série “Prince of Persia”, porém um pouco mais realista. Quando usado em conjunto com o ambiente, você percebe o cuidado dos desenvolvedores ao criarem cada movimento e cada saliência nos muros, Altair não escala as coisas do “nada”, e seus movimentos respondem de maneira diferente a determinados obstáculos. Altair também pode se mesclar à multidão, se fingindo de monge, para fugir dos guardas, ou sentar em um banco fingindo ser apenas um cidadão comum em meio as pessoas, além disse ele pode se esconder nos jardins em cima das casas ou em carroças de feno que se encontram pelas cidades. Altair não possui apenas habilidades físicas, mas também habilidades especiais como o “Olho de águia” (Eagle eye), que o permite identificar as pessoas, descobrindo quem é soldado, civil ou algum alvo de seus objetivos.
As cidades
Um dos pontos positivos neste jogo é o design das cidades, no comando de Altair, você pode andar pelas cidades de Acre, Jerusalém, Damasco e Masyaf (A fortaleza dos assassinos). Elas foram criadas a partir de relatos e fotos das originais, o que se confirma quando você avista a primeira cidade. A arquitetura de alguns prédios é digna do jogador passar um tempo apenas apreciando a bela paisagem, sendo a Catedral localizada na cidade de Acre, a torre é a mais alta de “Assassin’s Creed” e a vista quando se consegue chegar ao topo é maravilhosa. O nível de complexidade e detalhe em cada localidade é impressionante, o jogador realmente se sente emergido naquela realidade. Cada ato realizado dentro da cidade também corresponde a determinadas reações, ou seja, além de graficamente interessante, as cidades possuem vida própria, são cerca de 300 tipos de pessoas diferentes no jogo, para que você não saia por aí encontrando as mesmas figuras.
Os guardas suspeitam de qualquer ato diferente que você fizer e os civis reagem caso você esbarre neles, daí o jogador tem a possibilidade de tirar as pessoas da sua frente de maneira suave, ou sair correndo por aí batendo de frente com os outros habitantes, o que obviamente chama muita atenção. Eles também reagem a determinadas situações, por exemplo: Se você ficar parado em cima de um muro no meio de uma multidão as pessoas começam a conversar entre si, questionando quem é o louco em cima do muro, comentando as atitudes de Altair, dando uma resposta às suas atitudes.
Os problemas
Mesmo sendo aclamado pela crítica, “Assassin’s Creed” possui uma série de defeitos, e sendo os mais comuns os bugs e a repetitividade excessiva.
Apesar de não comprometerem diretamente o jogo, os bugs de “Assassin’s Creed” ficaram bem conhecidos pela internet, diversos deles sendo muito engraçados tornaram-se hits no youtube, e com a necessidade de correção de alguns com o uso de patches, o Playstation 3 foi o que mais sofreu com esse problema.
Já o outro motivo do jogo não ser tão bom e perder muitos pontos foi a repetição, com o tempo o jogador percebe a alta repetitividade nas missões e objetivos do jogo, o que acaba estragando um pouco a grandiosidade do jogo, já que precisa realizar atos iguais por diversas e diversas vezes. Graças à história complexa e o cenário envolvente, muitos jogadores deixaram de lado esses defeitos e puderam desfrutar o restante.
A música de assassinos
A trilha sonora ficou ao cargo de Jesper Kid, um versátil compositor dinamarquês que já trabalhou nos jogos Freedom Fighters, Unreal Tournament e na série Hitman, conhecido por seu estilo bem específico em misturar o clássico com o contemporâneo, Kid ficou encarregado da trilha de “Assassin’s Creed”, bastante elogiada pela crítica, e também concorreu a diversos prêmios. Abaixo as faixas da trilha sonora do jogo.
1 “City of Jerusalem”
2 Flight Through Jerusalem
3 Spirit of Damascus
4 Trouble In Jerusalem
5 Acre Underworld
6 Access the Animus
7 Dunes of Death
8 Masyaf In Danger
9 Meditation Begins
10 Meditation of the Assassin
11 The Bureau
Vídeos
Conclusão
“Assassins’s Creed” é uma belíssima viagem no tempo, um jogo para aqueles que tanto gostam de ação, como para aqueles que gostam de histórias (mesmo com a falta de legendas e o difícil linguajar dos personagens). O título é bastante belo e envolvente como já dito. É a jogatina e a diversão certa para os apreciadores deste gênero, mostrando que uma história boa e bem contada pode superar alguns problemas técnicos.
Curiosidades
- Altaïr foi dublado pelo ator Philip Shahbaz e seu rosto foi modelado com base no rosto do modelo espanhol Francisco Randez.
- A atriz Kristen Bell dubla a personagem Lucy.
- Altair não possui o dedo anelar da mão esquerda, de acordo com a produtora do jogo, o dedo de Altar foi cortado em um ritual de passagem da irmandade dos Assassinos.
- Mencionou-se na entrevista de UbiDays que Altaïr não é religioso, mas é espiritualizado e é o filho de uma mãe cristã e um pai muçulmano.
- O jogo também ficou conhecido por sua bela produtora Jane Raymond.
- Altair significa, aquele que vôa.
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Ubisoft Montreal
Publicado por: Ubisoft
Diretor: Patrice Desilets
Produtora: Jade Raymond
Compositor: Jesper Kyd
Platforma: Celulares, PC,Xbox360, PlayStation 3 e Nintendo DS
Gênero: Ação-Aventura em terceira pessoa
Jogadores: 1
Mídia original: BlueRay e DVD-DL
Periférico: Joystick, Teclado e Mouse
Referências
- Gametrailers
- Gamsutra
- Assassin’s Creed Wiki
Atualiazado em 23/03/2010 por Daniel Gularte