Sumário
Introdução
Final Fantasy 7 foi o primeiro passo da série, produzida pela então Squaresoft (hoje Square Enix) na ambientação 3D. Lançado em 1997 (Ps1) e 1998 (Windows), recentemente foi também disponibilizado na PlayStationNetwork (PSN) no PS3. A ambientação da sétima edição da franquia Final Fantasy se baseia em um mundo cyberpunk, onde a megacorporação Shinra utiliza reatores para extrair da terra uma energia chamada Mako, o que demonstra empobrecer o solo e torná-lo infértil. Neste ínterim, um grupo de rebeldes contrata um mercenário para ajudá-los a lutar contra a ameaça ao planeta representada pelos reatores e pela própria Shinra. O título causou um enorme foco para a série, que antes era uma franquia de peso no Japão e passou a repercutir mundialmente. O sucesso de Final Fantasy VII mudou o rumo da companhia, que passou a encarar o mercado internacional de maneira mais séria, e foi uma das pioneiras a se declarar como produtora internacional, e não mais somente japonesa.
Desenvolvimento
Final Fantasy 7 foi um jogo bastante problemático. Primeiramente a Square intencionou desenvolvê-lo para o SNES, entretanto, como boa parte do time estava empregado na produção de Chrono Trigger, inclusive algumas de suas idéias foram parar neste outro grande clássico.
Desta forma, logo a empresa abandonou a idéia, mudando o rumo para o N64. Entretanto, por causa dos cartuchos e suas memórias com espaço limitado, tornou-se inviável sua concepção no console, face à necessidade de armazenamento que o jogo exigiria. A história original envolvia um script voltado para uma história de detetive, no cenário de New York, com uma “summoner” chamada Edea. Algumas dessas idéias originais, em especial as duas citadas, foram utilizadas nos jogos “Final Fantasy VIII” e “Parasite Eve” posteriormente. Nesta época já existia a cidade de Midgar e sua respectiva explosão presente no script, e houveram diversas alterações até chegar no script final como conhecemos. A Square gastou cerca de U$30 milhões para desenvolver o jogo, muito por causa da transição dos gráficos 2D para 3D. Testes foram realizados com os personagens do Final Fantasy VI em três dimensões, em combate, e a demo do jogo logo ficou pronto. Foi neste ponto que perceberam que somente o recente CD-ROM poderia comportar o projeto, e como a Nintendo bateu o pé e não abriu mão dos cartuchos, a Square cortou relações com a Big N e decidiu por lançá-lo no primogênito da Sony. Fim dos problemas? Ainda não.
A maior capacidade de armazenamento possibilitou a inclusão de mais de 40 minutos de animações de computação gráfica, os FMVs (full motion videos). Tal inclusão resultou no desafio que seria criar gráficos in-game que não destoassem tão bruscamente com os FMVs. Nesta etapa o tradicional artista da série Yoshitaka Amano estava envolvido em exibições de arte e outros trabalhos, ficando a cargo de Nomura a direção de arte do jogo. Amano ainda colaborou com o mapa-múndi, mas o artista principal do projeto foi Tetsuya Nomura.
Finalmente Final Fantasy foi lançado, acompanhado de muito marketing específico. A edição americana incluiu muita coisa em relação à japonesa, como as setinhas nas saídas de cada tela, dentre outras adições. Estas adições agradaram e levaram, inclusive, ao relançamento do jogo no Japão, sob o título de Final Fantasy International A portabilidade para o PC incluiu gráficos ligeiramente melhorados e correções de tradução, mas também apresentou seus próprios “bugs”, já que o sistema era diferente.
Música e Efeitos Sonoros
A sétima edição da série contou novamente com a mente brilhante de Nobuo Uematsu. Foi decisão dele abandonar os efeitos antigos e optar por MIDIs, explorando o chip sonoro do Playstation. Essa nova possibilidade resultou em músicas e efeitos mais realistas, ao invés de composições mirabolantes. A canção “One-Winged Angel” (Anjo de uma só asa) é considerada um clássico musical e por muitos é tida como a maior contribuição de Uematsu para a série. Outras músicas também se destacam entre os fãs, como: “Still more fighting”, “Cosmo Canyon” e “Aerith’s Theme”. Não somente marcante, a trilha sonora de Final Fantasy VII foi lançada em CDs, servindo de inspiração para diversos remixes, mashups, regravações e re-arranjos, desde versões orquestradas a remixes techno. É possível baixar gratuitamente o álbum “Voices of the Lifestream”, trabalho feito pelos artistas do site OC Remix. Várias canções também foram reaproveitadas em outras produções da Square, como “Final Fantasy IX”, “Final Fantasy VII Advent Children” e “Kingdom Hearts”
Enredo
Sem dúvida, a maior característica marcante de Final Fantasy VII, disputando com o carisma de seus personagens é seu enredo. A trama central do jogo se passa no planeta Gaia, referido apenas como “o planeta”. O mundo onde o jogo é ambientado possui tecnologia avançada, num cenário bem “cyberpunk” pós-industrial, e é composto de três grandes continentes. No continente oriental encontra-se a grande metrópole de Midgar, que funciona como capital mundial, onde se concentram os quartéis da megacorporação Shinra. A megacorporação opera como governo mundial, já que domina todas as indústrias do globo e tomou militarmente quase todas as principais cidades. Tudo funciona com uma energia conhecida como Mako, extraída diretamente do solo por reatores.
É num destes reatores que começa a história. O mercenário Cloud Strife é contratado pelo grupo de rebeldes AVALANCHE para participar de um ataque com o intuito de destruir o reator. A primeira missão é bem sucedida, e descobre-se que uma amiga de infância de Cloud, Tifa Lockheart faz parte do grupo rebelde, juntamente com o parrudo Barret Wallace. Neste ponto é explicado o que é a energia Mako e o mal causado ao planeta, pois empobrece e mata o solo, tornando-o completamente infértil, ao que Cloud demonstra ser simplesmente alheio, já que o que importa é o pagamento pelo serviço.
Durante a segunda missão, em um outro reator, a Shinra prepara uma armadilha e o grupo é separado, ao que Cloud é arremessado com a explosão em uma clareira de flores em meio às favelas de Midgar. Apresenta-se a ele uma jovem florista chamada Aeris Gainborough, que é perseguida pela Shinra desde menina. Imediatamente o grupo especial chamado Turks, que tem perseguido Aeris, entra em cena e Cloud concorda em servir de guarda-costas de Aeris. Neste ínterim a Shinra descobre o esconderijo do grupo AVALANCHE e sem remorsos explode toda a região onde se localiza a base de operações do grupo, matando toda a população e alguns membros do grupo.
Enquanto isso, os Turks conseguem capturar Aeris, e é revelado que o interesse nela se dá pelo fato dela ser a última descendente de uma raça chamada de “Cetra”, extinta a anos e que possuíam profundas relações com a natureza. O presidente da Shinra acredita que Aeris poderá guiá-lo a um paraíso denominado de Terra Prometida, onde supõe existir uma imensa quantidade de energia Mako. O grupo tenta salvar Aeris e entra em cena o homem chamado Sephiroth, que acredita também possuir descendência “Cetra”, face a descobertas feita por ele mesmo e sua origem.
Seus planos mirabolantes envolvem destruir todos os seres humanos do planeta, assim devolvendo o planeta ao povo Cetra. Segue então a saga do grupo formado pelos personagens principais e outros que se juntam ao grupo no decorrer da história para salvar o planeta da ambição lunática de Sephiroth, cujo poder é real e extremamente perigoso.
Outras características
Final Fantasy VII se destaca por inúmeros fatores. História marcante, transição gráfica deslumbrante ao seu tempo, personagens carismáticos e trilha sonora memorável e inspiradora. Outro grande destaque do título é a complexidade, realismo e seriedade de sua trama. Os J-RPGS sempre são muito conhecidos por serem clichês, possuírem gráficos fofos e temática infanto-juvenil. A série Final Fantasy sempre foi uma exceção, prezando por um visual mais sério e histórias mais adultas. Entretanto, Final Fantasy VII conta com uma trama carregada de muitos temas e assuntos muito maduros, que o faz brilhar mais ainda nas opções de jogos do gênero. Isto se dá pelo fato da história do jogo ter aspectos como a atenção e a proteção ao meio-ambiente, problemas psicológicos, como os que o personagem principal enfrenta, quando sua mente é destruída por lembranças que não são realmente suas e a própria mudança comportamental do antagonista. Romances sutis, como Cloud e Tifa e Cloud e Aeris, dramas familiares (Yuffie), carreiras destruídas (Cid), luta contra a extinção das espécies (Red XIII), infiltração e traição (Yuffie e Cait Sith), mistérios científicos, dentre outros inúmeros detalhes pensados cuidadosamente que enriquecem o enredo de um jogo.
Final Fantasy VII diverte tanto por este aspecto, como pela jogabilidade, por contar com um dinâmico sistema de magias envolvendo pedras mágicas chamadas de “Materia” e por um mundo vasto, cheio de missões secundárias complicadas e uma dificuldade na medida certa para todos os tipos de jogadores. Os segredos do jogo vão dar trabalho para os jogadores mais ferrenhos, pois são muitos e não são fáceis de conseguir. É quase impossível finalizar com 100% do jogo sem utilizar qualquer guia ou passo-a-passo.
Final Fantasy VII foi um sucesso de crítica e de público. O título foi considerado um “console-seller” sendo um dos grandes responsáveis pelo estrondoso sucesso do Playstation. Claro que o jogo é longe de ser perfeito, pois possui alguns pontos negativos, elencados por revistas especializadas. Na prática, Final Fantasy VII conquistou inúmeros fãs, tanto para si, como para a série como um todo, e seu capricho estrutural até hoje o faz ser comentado, discutido, idolatrado e explorado, como constatamos em recentes produções da Square, a exemplo, o filme em computação gráfica “Advent Children”, o OVA “Last Order”, o jogo para PSP “Crisis Core”, o shooter “Dirge of Cerberus” e jogos para celular “Before Crisis” e “Dirge of Cerberus: Last Episode”.
Curiosidades
- Tifa, Cloud e Sephiroth participaram de um jogo arcade de luta, chamado Ehrgeiz. Aeris e Cloud aparecem também em Final Fantasy Tactics no Playstation e no PSP e juntamente com Sephiroth, Cid e Tifa na série Kingdom Hearts.
- A empresa chinesa Shenzhen Nanjing Technology fez um port downgrade de FFVII não oficial para o NES. Os gráficos foram reduzidos ao 2D e as side-quests removidas.
- Os avanços alcançados com os FMVs de FFVII permitiram à Square produzir o primeiro filme todo em computação gráfica da série Final Fantasy, o filme chama-se: Final Fantasy: The Spirits Within.
- O título Final Fantasy VII evoluiu para Compilação de Final Fantasy VII, contendo todos os jogos derivados do original, os filmes e animações já citados e também a compilação “On the Way to a Smile”, contendo sete histórias escritas por Katsushige Nojima, que ocorreram após o fim do jogo. São elas: Case of Barret”, “Case of Tifa”, “Case of Denzel”, “Case of Nanaki”, “Case of Yuffie”, “Case of ShinRa” e “Case of Lifestream — White & Black”.
- Fora da compilação está a história “Maiden who Travels the Planet”, que conta a história de Aeris depois de sua morte, a caminho do Lifestream.
- Aeris é a queridinha da série por muitos dos fãs, mas Tifa é quem ganhou mais prêmios em listagens de revistas especializadas. Ela figura em: “Top 50 Videogame Hotties” na posição 24 e no “Top 11” na posição 5, ambos da UGO.com, 31ª em “Top 50 Hottest Game Babes” da GameDaily, inclusa também em “Top 50 Greatest Female Characters in Video Game History,” da Tom’s Games. Ela também foi uma das cogitadas para aparecer no jogo “Dissidia” do PSP. Sem mencionar outros prêmios do “New York Times”, EGM, Play e Dengeki Plastation. A disputa das duas musas pelo título de diva do jogo ainda perdura até hoje em fóruns.
Ficha Técnica
Designer: Tetsuya Nomura
Compositor: Nobuo Uematsu
Taxonomia: 3D RPG
Jogadores: 1
Mídia: CD (3 CDs no PS1 e 4 CDs na versão para Windows)
Controle: Joystick e Teclado
Referências
- Wikipédia (Em inglês).
- Google Imagens.
Atualiazado em 03/01/2010 por Daniel Gularte
Amo o FFVII desde o lançamento que jogo, não consigo enjoar, fiquei triste de ter perdido meu Jogo depois de ter vendido meu PS, mas jogo até hoje no meu PC! 😉
Muito bom o Review. FFVII não é o meu favorito da série, mas é um dos. O site está de parabéns.
Sinopse não, análise, na verdade.
Tenho vontade de jogar final fantasy VII. Todo mundo fala tão bem, dá vontade de jogar mesmo, ainda mais depois que li uma sinopse tão boa!